A beneficiadora do Paraná prevê iniciar o consumo de água reciclada na produção no início de 2007
A New Jeans, uma das beneficiadoras de jeans mais antigas de Curitiba, está em vias de concluir investimentos com vistas ao reúso de água na linha de produção. A expectativa da empresa é iniciar os testes entre janeiro e fevereiro do próximo ano. A água reciclada abasteceria as máquinas usadas para lavagem das peças em lona, cuja exigência é ter o Ph7; para o último enxágüe antes da customização, entre outras operações.
Segundo Nelson Furman, proprietário da beneficiadora, os estudos indicam que no prazo de seis meses seria possível atingir um patamar de reúso entre 30 e 40%. Atualmente, a New Jeans consome 1,5 milhão de litros de água por mês. A produção da empresa gira em torno de 30 mil peças mensais. Na instalação da estação de tratamento de efluentes, uma das maiores da cidade, de acordo com o executivo, foram investidos R$ 80 mil, há quatro anos. Ele estima que o desembolso na infra-estrutura de reúso deva consumir cerca de 30% desse valor.
Além da instalação de filtros e tanques especiais, será construída uma rede de tubos para levar a água de reúso até as máquinas. Esse novo sistema funcionará em paralelo à rede hoje existente por onde passa a água extraída do poço artesiano ou a fornecida pela companhia local de saneamento. Para evitar dissabores, a empresa vai testar o uso da água reciclada em uma das máquinas empregadas para desenvolvimento de peças-piloto, que funcionam em ambiente distinto da produção.
Novos serviços
Outro plano para o próximo ano prevê a diversificação de atividades. A New Jeans pretende oferecer serviços de acabamento como colocação de rebites, botões, etiquetas e limpeza de peças. “Mas esse é um projeto para depois que investirmos em reúso de água”, explica Furman. Também ficará para 2007 a compra de máquinas de menor capacidade para serem usadas na preparação de amostras e peças-piloto. Hoje, a empresa conta com máquinas para dez quilos.
A New Jeans foi criada em 1994. “Quando comecei só havia uma lavanderia industrial em Curitiba”, lembra o executivo que, até então, operava como lavanderia doméstica. Ao enxergar a oportunidade, ele fechou as quatro lojas que mantinha desde 1985 quando abriu a empresa. “No início, usávamos apenas soda e pedra para beneficiar o jeans”, diverte-se o empresário, contando que acabara de produzir uma peça com efeitos combinados de grampeado, estonagem, corrosão total, corrosão tradicional, puído e sobretingimento.
Os produtos diferenciados representam 70% das peças que produz por mês, o que significa dizer uma demanda grande por processos manuais. Ao todo, a empresa emprega 30 funcionários. As peças em denim e sarja correspondem a 75% do volume beneficiado. Os outros 25% estão distribuídos entre peças confeccionadas em lona usada, em fio e malha.