Além de mais pontos de coleta, passa a incluir novas simbioses industriais, como plásticos.
Lançada em março e vinculada ao projeto Cotton Move, a Plataforma Circular que mostra a localização de pontos de coleta de roupas usadas expande atuação. Conforme José Guilherme Teixeira, fundador e CEO da inciativa, a expectativa é encerrar 2022 com 300 endereços, cem a mais de quando foi lançada. Em outra frente de negócios, a Plataforma Circular passa a incluir novas simbioses industriais para além da área têxtil, como plásticos.
Ele cita o projeto do vaso produzido com material que usa sobras de resíduos da indústria de denim, envolvendo a Proquitec, que fornece matéria-prima química para a indústria de borracha e plásticos, e a Vasart, fabricante de vasos e móveis para jardins. Em julho, a Vasart anunciou o lançamento da linha Renova Therpol.
A Proquitec misturou as fibras oriundas de descarte têxtil com seu produto o Therpol, elastômero de base biológica (extraído da borracha de seringueira), mais polietileno. O resultado dessa fusão é um insumo composto de 72% de material reciclado, que pode ser moldado em injetoras tradicionais. “No fim da vida, esses vasos podem ser triturados e faz um novo vaso com a mesma resistência”, assegura Teixeira.
Durante a Febratex 2022, no estande, a Plataforma Circular mostrou além de vasos, móveis para áreas externas, como camas de beira de piscina ou varandas e cadeiras.
DESAFIOS
Teixeira explica que no processo de escalar a atuação da Plataforma Circular entraram novos parceiros: a Retalhar, como braço de logística reversa do hub, e a Rastra, como o braço de tecnologia cuja base do sistema de rastreabilidade pelo registro blockchain teve que ser adaptada a um ciclo contínuo de produção e não mais linear.
“A tendência é que a gente evolua nessa área podendo oferecer mais recursos para a indústria e de integração com o consumidor”, acentua o empresário.
O aplicativo de geolocalização destinado a mostrar aos consumidores pontos de descarte de roupas vela é a parte vísivel mais da plataforma. Ele conta que hoje o hub opera uma bolsa pequena de resíduos, de forma a atender as necessidades dos parceiros. Avalia que para escalar a atuação, a Plataforma Circular requer uma solução sistêmica de sustentabilidade de base tecnológica e que expande o trabalho colaborativo.
Em outro nível, diz, o Brasil precisaria dispor de projetos de fomento para incentivar, por exemplo, investimentos das fiações em equipamentos mais flexíveis, capazes de operar com diferentes materiais. “Não temos indústria de fiação que consiga atender a demanda de reciclagem”, afirma.
Atualmente, participam da plataforma: Vicunha, Souza e Cambos, Dalila Têxtil; C&A, Youcom, Reserva e Comas.