Iniciativa Future Forward Factories India une a organização Fashion for Good e a companhia têxtil Arvind
Em iniciativa conjunta, a organização Fashion for Good e a companhia têxtil Arvind Limited, uma das maiores da Índia, lançaram o projeto Future Forward Factories India. A intenção é provar a viabilidade de um modelo industrial moderno e sustentável em grande escala. O investimento total planejado para o projeto de fábrica têxtil verde é de aproximadamente US$34 milhões, informou com exclusividade ao GBLjeans Katrin Ley, diretora da Fashion for Good.
Conforme Ley, os recursos estimados cobririam todos os custos da construção de uma planta modelo de tingimento e acabamento. A instalação será construída do zero, embora deva estar localizada próxima a uma das unidades operacionais da Arvind em Gujarat, na Índia, permitindo sinergias logísticas e de aproveitamento de infraestrutura. “É importante destacar que esse valor é quase o dobro do necessário para uma instalação convencional na Índia com operações semelhantes, principalmente devido à incorporação de equipamentos e processos mais avançados e sustentáveis”, acrescenta a executiva.
A futura instalação deverá adotar práticas industriais de baixo impacto ambiental em processos de tingimento e acabamento durante a produção de tecidos planos e de malha de algodão. De acordo com o projeto, a expectativa é que a fábrica verde alcance até 93% de redução nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) em relação a fábricas convencionais, além de economizar cerca de 60 litros de água por quilo de tecido produzido, operando como o primeiro centro de produção têxtil quase neutro em carbono da indústria.
No entanto, a construção está condicionada à obtenção do financiamento complementar (viability gap funding), atualmente em negociação com investidores e parceiros. Só garantido esse apoio financeiro, que será possível definir o cronograma para a construção e início das operações da fábrica modelo, afirma Ley.
MODELO REPLICÁVEL
O projeto também inclui o desenvolvimento de um plano modular e de código aberto para que outras empresas da cadeia têxtil — especialmente fábricas de Nível 2, onde ocorrem 52% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) do setor — possam adotar soluções semelhantes. Segundo o informe da Fashion for Good, a publicação do plano de código aberto está prevista para setembro de 2025, oferecendo um roteiro prático para transformação do setor.
Do material constarão diretrizes para operações próximas do carbono zero, com integração de energia renovável; redução drástica no uso de água, incluindo tecnologias a seco para impressão e acabamento; conformidade com o padrão ZDHC nível 3 no uso de substâncias químicas; melhoria na qualidade do efluente tratado e menor dependência de sistemas intensivos de reúso; e estratégias de transição justa, com foco na proteção social de trabalhadores afetados pela mudança tecnológica.
Ainda de acordo com a organização, o projeto de fábrica têxtil verde conta com o apoio financeiro e institucional de organizações como Laudes Foundation, Apparel Impact Institute e IDH. Além de parceiros técnicos como Bluwin, Wazir Advisors, Grant Thornton Bharat e Sattva Consulting, relata o comunicado de imprensa sobre a iniciativa que foi oficialmente lançada como parte da programação do Global Fashion Summit 2025, realizado no início de junho em Copenhague, na Dinamarca.
Empresa têxtil de atuação verticalizada, inclusive como PL de marcas globais, a Arvind Limited faz parte do grupo de parceiros de manufatura da organização Fashion for Good. “A empresa tem um histórico de abordagem inovadora e disposição para assumir riscos — como demonstrado no projeto do GAP Innovation Centre”, salienta Ley para explicar o desenvolvimento conjunto da iniciativa.
foto: criada pelo GBLjeans a partir de ferramenta de IA como ilustração
