Workshop da CHT discute como as lavanderias podem economizar água

A empresa defende de ações simples de combate ao desperdício, passando pela adoção de produtos químicos de nova geração, como resinas que dispensam o uso do forno para fixação

“Em pouco tempo, a água vai ser o produto químico mais caro na lavanderia”. A afirmação, à primeira vista profética, foi feita por Marcelo Lobo, técnico de aplicações para lavanderia da CHT, durante o workshop Garment, voltado a profissionais de lavanderias e confecções e promovido como parte das ações de comemoração pelos 35 anos da empresa no Brasil. Para enfatizar o cenário, Lobo cita estudo de 2006 da Levi´s, que calculou que para a fabricação de apenas uma peça do seu clássico modelo 501 eram gastos 920 litros de água, além de liberar na atmosfera 32 quilogramas de gás carbônico.

Entre as medidas para tentar evitar a escassez, e conseqüente encarecimento, de água nas lavanderias, o técnico ressaltou em primeiro lugar a conscientização dos proprietários, para que estejam atentos ao desperdício que muitas vezes pode ser eliminado com medidas simples na produção. “Ás vezes, uma mangueira fica jorrando água o dia inteiro desnecessariamente, quando o ideal seria abrir e fechar a torneira a cada uso”, diz.

A redução de temperatura da água também é apontada como fonte de economia, porque reduz o consumo de água, de combustível usado na caldeira para aquecê-la e do tempo de lavagem. Outra medida importante, segundo ele, seria utilizar produtos químicos de baixo impacto ambiental, como produtos usados a frio, o que tornaria mais barato e rápido o tratamento para reúso da água. Entre os produtos mais nocivos ao ambiente e de difícil tratamento, ele citou o hipoclorito de sódio, o permanganato de potássio e a argila expandida.



35 anos no Brasil
O evento contou também com a participação de Andrea Spaniol, técnica em garment da matriz da CHT na Alemanha, que apresentou o histórico da empresa, fundada em 1953 na cidade alemã de Tübingen e que, em 1976, montou fábrica no Brasil, hoje localizada em Cajamar, na Grande São Paulo. O workshop também contou com palestra do denim designer Ricardo Batista, que destacou que a sustentabilidade não pode ficar apenas nas palavras. “É preciso pô-la em prática, e não apenas como operação de marketing”.

fotos: GBLjeans