Sites de vendas de roupas sob demanda de fora do Brasil adicionam funções às ferramentas de seleção, como o eShakti, o Tailor Store e o Sumissura
Sites de vendas de roupas sob medida representam avanços no uso da tecnologia para fazer moda com um mínimo de personalização e só usando o computador. Um dos pioneiros nesse segmento, criado no início dessa década, o eShakti começou fazendo vestidos sob demanda para mulheres cujos corpos não se enquadravam na modelagem padrão da indústria. Apesar de ser uma companhia da Índia, e com produção naquele país, o principal mercado é o dos Estados Unidos. Na semana passada, a varejista online anunciou que adicionou a função FX, que permite escolher o modelo (vestido ou blusa) e o tipo de tecido de que gostou e foi usado em outro modelo.
Depois, o processo segue as etapas de seleção de tamanho, com opções do XS ao 6L, ou de incluir as próprias medidas, incluindo a altura da mulher. Dá para escolher a altura de manga ou mesmo tirar as mangas, aumentar ou diminuir o comprimento de saia e o tipo de decote. Uma imagem animada do lado direito da tela mostra como ficaria o vestido com a sua interferência. Por enquanto, ainda não dá para ver o modelo escolhido no padrão de tecido preferido. Mas a função FX é o primeiro complemento de ferramenta depois de a empresa receber um aporte de capital de cerca de US$ 10 milhões da private equity Paragon Partners.
Os vestidos custam em torno de US$ 90, dependendo do modelo e do tecido, com prazo de entrega entre 14 e 17 dias para o mercado dos Estados Unidos.
EXPERIÊNCIAS NA EUROPA
No mercado europeu dois varejistas de países que não pertencem ao circuito da moda. Outro pioneiro é o site Tailor Store fundado por empresários suecos em 2003, com produção própria mantida no Sri Lanka, empregando 500 alfaiates. É possível montar camisas, masculinas e femininas, ternos e blazers, descendo a detalhes, começando pelo tecido. Para melhorar a precisão das medidas, a companhia desenvolveu o aplicativo de smartphone Tailor Store Size: Me, que faz medições simples e precisas em apenas alguns instantes, usando a câmera do celular. Tem versões para iPhone e Android, porém, por enquanto, só está disponível para o público masculino. Segundo a empresa, atende o mundo todo, incluindo o Brasil.
Mais recente, o varejista online suíço Sumissura também vende roupas sob medida, para homens e mulheres, como camisas, costumes, ternos, vestidos e calças. Atende diferentes países, nenhum da América do Sul. Mas, diferentemente dos outros dois, o Sumissura vende também peças prontas, embora o forte seja a customização, desde a escolha do tecido.
Se o apelo do eShakti é atender consumidoras com medidas especiais de corpo, que não se encaixam no padrão da indústria, a estratégia dos europeus é vincular o modelo à produção sustentável de vestuário 4.0, em contraponto à chamada fast fashion. Visam consumidores que valorizam as boas práticas de conservação ambiental, de trabalho justo, qualidade da peça e roupas que duram.