Em evento no Brás fabricante usou o showroom com desfile virtual de peças em 3D
Ao transformar o showroom no Brás em um ambiente de pouca claridade, peças físicas penduradas como móbiles e um telão projetando um desfile criado no metaverso, a Capricórnio quis provocar os convidados a explorar possibilidades imersivas. Reproduziu em 3D as peças expostas que foram desfiladas ora por modelos concebidos virtualmente, escolhidos a partir de um book de avatares, ora sem modelos, com as roupas flutuando no ar em movimento tridimensional.
João Bordignon, diretor de marketing e novos negócios da Capricórnio, pondera que o assunto é recente para o mundo da moda, sem ainda aplicações bem definidas. Na experimentação do evento promovido nos dias 24,25 e 26 de maio, a Capricórnio trabalhou a ideia de usar o metaverso na etapa de definição de coleção.
“Por que não fazer a modelagem em 3D e peças-piloto em 3D para aprovação. Isso eliminaria a produção de muitas roupas que são descartadas nesse processo”, argumenta. Na visão dele, um desfile como o projetado em seu showroom serviria de ponto de partida para escolhas. A peça desfilada carregaria informações sobre tecido e outros insumos empregados, processos de lavanderia e custos, sem necessidade de investir na produção de peças físicas e evitando o desperdício próprio dessa passagem.
CAUTELA PARA O SEGUNDO SEMESTRE
Durante o evento, a Capricórnio não anunciou lançamentos. Avaliou que não faria sentido mostrar novidades quando já tem a produção vendida, ponderou o diretor. A meta é atingir os R$800 milhões em receita bruta em 2022 que ficaria, se atingida, em torno de 50% acima do faturamento de 2019.
Mas a expectativa para o segundo semestre é de cautela, diz. Anunciada no ano passado, a entrada da Capricórnio no segmento de coloridos foi suspensa, sem ser deixada de lado. A companhia considerou que seria mais adequado consolidar antes as mudanças decorrentes da transformação pela qual passou, inclusive industrial.
fotos: GBLjeans
