Para consultor, estratégia deve sair do básico e apostar em recursos que ponham a marca em contato mais direto com o comprador, como email segmentado e chat online.
Depois de montar vitrines virtuais, os empresários de confecções, tanto do atacado quanto do varejo, dão o segundo passo, ou seja, a oferta de produtos por comércio eletrônico. O começo, há dois anos, foi tímido, mas os sites de venda de moda – como Dafiti, Olook, Shop2gether, além de diversas marcas consagradas como Hering, MiniUs, Ellus, Fakini Malhas e Sawary, estão aí para comprovar que vale a pena apostar nesse canal. A disseminação maciça dos dispositivos móveis, como tablets e smartphones, também multiplicam a exposição das marcas, caso tenham estratégias de marketing digital.
A opção mais comum é a compra de links patrocinados no Google. “Para sair do básico existem estratégias específicas para atrair o consumidor online que devem ser melhor exploradas pelos sites de moda”, afirma Eduardo Sani, CEO da consultoria Uselink. Uma das mais efetivas, segundo Sani, é o contato da loja com sua base de e-mails cadastrados, ou seja, a comunicação com aqueles que já compraram. É possível fazer ofertas por email marketing, segmentando o target por faixa de preço do produto adquirido, por sexo e pela faixa de renda. Outra estratégia muito explorada é a colocação de banners laterais no Facebook, o chamado de facebook adds, que também permitem segmentar o público. Se a marca está vendendo bolsas femininas, por exemplo, pode programar para os produtos aparecerem apenas nas páginas de mulheres que curtiram a página da marca, conseguindo campanhas mais focadas.
Outra dica é o recurso chamado de remarketing. Assim que o consumidor olha um produto em um site, mas não compra, aquele item começa a aparecer em propagandas nos portais visitados por ele. “Essa estratégia tem muito impacto na conversão de vendas porque a pessoa pode não ter adquirido por falta de tempo ou dinheiro no momento. Exposta ao produto em outros horários, pode decidir pela compra”, diz o CEO.
A mobilidade é um recurso que não pode ser deixado de lado. “As vendas por dispositivo móvel já representam 20% a 30% do total e a tendência é dobrar”, projeta Sani. Outra recomendação do executivo é adquirir a mala direta de uma operadora, segmentada por cidade e perfil sócio econômico, e enviar o link do site por SMS com ofertas. Outra tendência é a geolocalização, com promoções para usuários de smartphones que estejam perto de uma loja da marca em um shopping, por exemplo. “Nada disso fará diferença se a loja não oferecer preços atraentes”, ressalta Sani. Com os recursos da internet, o consumidor pesquisa muito os preços em sites de busca, e está muito informado sobre o real valor do produto. “É importante oferecer opções de pagamento atraentes em muitas parcelas, por exemplo”.
Atenção às formas de atendimento são fundamentais na geração de negócios. Além do email, Sani aponta a opção de conversar com um consultor de moda por telefone ou chat. “Isso passa mais credibilidade e confiança ao consumidor, e o consultor pode sugerir outros produtos que combinam com o que a pessoa escolheu, fazendo vendas casadas, aumentando o faturamento da loja”, destaca Sani.
Entre os clientes da Uselink está o Flórida Outlet, portal brasileiro que oferece produtos de moda dos Estados Unidos. Para esse cliente, além de sugerir a abertura de um chat online, a consultoria otimizou os códigos do site com o chamado SEO (Search Engine Otimization). É uma técnica de programação que usa determinados algoritmos para posicionar o portal de vendas na primeira página do Google, a partir de palavras-chave ligadas ao negócio, sem a necessidade de links patrocinados.