Na China, a venda por meio de dispositivos móveis neste ano vai movimentar perto de US$ 80 bilhões; e o Brasil se destaca por ficar acima da média mundial ao comprar usando um smartphone ou tablet.
O mobile commerce, ou comércio eletrônico pelo celular, está crescendo na China e outros países emergentes como o Brasil e a África. Na China, a venda por meio de dispositivos móveis neste ano vai movimentar perto de US$ 80 bilhões, registrando aumento de 54,6%, de acordo com a agência Go Globe. Em 2013, o m-commerce cresceu 165,4% com negócios alcançando US$ 27 bilhões. Um ano depois, o volume dobrou novamente, atingindo US$ 51 bilhões. A Go Globe prevê que o setor deve continuar a ganhar terreno, embora em ritmo mais contido nos próximos dois anos, movimentando US$ 160 bilhões em 2017.
O fenômeno é impulsionado pela boa infraestrutura móvel na China, onde as pessoas podem usar o telefone em qualquer lugar. Isso é especialmente importante em cidades menores onde o smartphone é o único dispositivo disponível para fazer compras, segundo a pesquisa da iResearch. Quase 70% dos consumidores chineses relataram já ter comprado através do celular, em comparação com 46% dos consumidores dos Estados Unidos. Metade são jovens entre 24 e 30 anos.
Grandes players do comércio online na China foram rápidos em adotar o m-commerce desenvolvendo aplicativos em parceria com as redes sociais. A plataforma online Taobao, por exemplo, lançou em março o Xiaopu, um aplicativo que permite que os varejistas e vendedores privados se conectem mais rapidamente com os consumidores através das redes sociais nos smartphones.
Cosméticos e moda são as duas categorias mais comprados através de dispositivos móveis, mas as plataformas de maior sucesso no m-commerce são as vendas por impulso. Portais chineses se especializaram nas chamadas “vendas flash” com ofertas que duram apenas algumas horas. Nestes portais, mais da metade das compras ocorrem por meio do celular, de acordo com a iResearch.
O Brasil também se destaca no m-commerce, ficando à frente da média mundial no hábito de comprar pela internet usando um smartphone ou tablet, de acordo com o instituto de pesquisa Ipsos e da PayPal, uma das maiores empresas de pagamento online do mundo. Segundo o estudo, 34% dos participantes disseram ter pago por uma compra online com o celular ou tablet nos 12 meses anteriores. A média verificada em outros 22 países que fizeram parte da pesquisa ficou em 33%. Foram ouvidas 17,5 mil pessoas, das quais 800 no Brasil, entre setembro e novembro do ano passado.
Já o continente africano está passando por uma transformação com o uso dos sistemas de pagamentos móveis. A região deve alcançar US$ 2 bilhões em receita no final de 2015, e US$ 4 bilhões em 2018. De acordo com uma pesquisa da Juniper, neste mês de junho, a região tornou-se líder no mercado de pagamentos móveis pela facilidade da transferência de valores em locais sem agências bancárias. Ao invés de smartphones são usados aparelhos mais simples que podem movimentar valores através de mensagens de texto.