O principal problema é a falta de padrão entre os sistemas instalados
No que se refere ao uso das ferramentas de tecnologia da informação, a maior parte da indústria têxtil brasileira se encontra às voltas com a necessidade de integrar e atualizar sistemas antigos, misturada com a busca pela redução de custos e pelo aumento da rentabilidade de curto prazo. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa com pouco mais de uma centena de empresas do setor, e cujos resultados acabam de ser apresentados. O estudo é parte da iniciativa de um grupo de pesquisadores ligados a universidades de todo o país que avaliaram diversos setores da economia, sob o prisma do que chamam de conectividade interorganizacional via TI rumo a cadeias de negócios horizontalizadas. Os trabalhos serão compilados num livro, provavelmente, até o final do ano, segundo o professor Leonel Cezar Rodrigues, que conduziu a pesquisa na área têxtil, e atualmente é coordenador dos cursos lato sensu do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
“Um dos problemas dos empresários do setor têxtil é pensar que não existe tecnologia com custo acessível para fazer essa transição. Existe e num patamar acessível por meio dos serviços web”, afirma o professor. Das 105 empresas que participaram da pesquisa, 60% afirmaram que com a infra-estrutura de TI de que dispõem não seria possível participar de uma cadeia produtiva horizontal. A incompatibilidade começa em casa, devido à proliferação de sistemas que não trocam informações entre si. Os executivos listam outras dificuldades: custo das comunicações, falta de conhecimento dos benefícios proporcionados pelo uso da tecnologia, segurança e dificuldade em usar os recursos de TI. “A conectividade organizacional traria ganhos diretos como negociações mais ágeis: melhora na qualidade e nos preços de materiais e insumos; otimização da logística; maior sincronia entre produção, estoque e pedidos”, garante Rodrigues. Ele estima que a integração entre empresas da cadeia têxtil renderia ganhos financeiros em torno de 20%.