Resultado negativo mais que dobrou em relação a 2015, apesar de o último trimestre de 2016 ter dado sinais de pequena melhora.
Com menor volume de vendas, debitado ao consumo arredio por causa do aperto econômico que o Brasil enfrenta, a Marisa Lojas terminou 2016 com prejuízo de R$ 88 milhões, mais que o dobro dos R$ 35,7 milhões negativos anotados em 2015. A receita líquida consolidada do ano foi de R$ 2,85 bilhões, praticamente 10% a menos que em 2015. Quando analisada em separado, a receita líquida de varejo (exclui receita financeira) somou R$ 2,22 bilhões, que representam 10,4% a menos que em 2015.
Conforme o relatório que acompanha a apresentação de resultados, o impacto do menor volume de operações no ano “só não foi maior devido a uma pequena recuperação dos preços médios – fruto de uma gestão eficiente dos estoques”. A Marisa operou no prejuízo o ano inteiro. O quarto trimestre sinalizou um freio nas perdas, com prejuízo líquido de R$ 6 milhões, ainda que a companhia tenha obtido lucro em igual período de 2015 (o único trimestre positivo daquele ano).
A receita líquida de varejo de outubro a dezembro de 2016 atingiu R$ 673,79 milhões, que correspondeu à queda de 14,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2015. Nesse período do quarto trimestre, a Marisa optou por reduzir o número de itens colocados em promoção durante a Black Friday em novembro e adiar para janeiro a liquidação das sobras do verão.
LOJAS E MARKETING
Ao longo do ano passado, os investimentos da companhia foram reduzidos para 107,34 milhões. Concluiu 2016 com 398 lojas, 15 a menos do que tinha em 2015 – 12 delas foram fechadas entre janeiro e março, as outras três no segundo trimestre. E a expectativa é que a rede permaneça com esse tamanho em 2017. Segundo disse Marcelo Araújo, diretor presidente da Marisa, a analistas de mercado, a companhia avalia que o primeiro semestre continue com cenário de consumo contraído e que a retomada fique para o segundo semestre, e de maneira bem gradual.
Ele também prevê aumento de ações de marketing nesse semestre voltadas ao melhor entendimento das necessidades atuais do cliente da classe C (de quatro a dez salários mínimos de renda familiar), indica o relatório de resultados. Estudo interno da companhia mostrou que o principal cliente da rede são mulheres de 25 a 60 anos.