Impactaram os resultados a queda de vendas no canal de atacado e o desempenho das marcas Le Lis Blanc e Bo.Bô.
Com sete marcas próprias (Le Lis Blanc, Dudalina, Bo.Bô , John John, Individual, Base e Rosa Chá), a Restoque divulgou os resultados do terceiro trimestre na manhã desta sexta-feira, 13. A holding anotou prejuízo líquido de julho a agosto, aprofundando consideravelmente as perdas do segundo semestre. Fechou o trimestre com prejuízo de R$ 22,51 milhões. Também houve redução de receita líquida em relação a igual período do ano passado. Caiu 6,5%, para registrar R$ 283,21 milhões.
De acordo com a empresa, os resultados foram afetados por uma conjunção de fatores, começando pelo ambiente de negócios atual do país, que mistura crise política e econômica. O canal de atacado retraiu ainda mais no terceiro trimestre, com faturamento em queda de 7,5% sobre o mesmo intervalo do ano passado, de maneira consolidada, reporta o balanço da companhia. Contudo, analisadas de maneira separada, as marcas John John e Rosa Chá revelaram avanço de vendas de 8,4% no atacado, no primeiro ano em que trabalham com multimarcas, demonstrando o potencial de crescimento nesse canal, entende a empresa.
A desaceleração do consumo afetou o canal de varejo. Segundo o relatório da Restoque ao mercado, “a queda de 14,1% esteve concentrada nas marcas mais exclusivas e de maior preço médio, notadamente Le Lis e Bo.Bô, que vinham apresentando até agora estabilidade nas vendas”. De outro lado, em conferência com os analistas, os representantes da holding incluíram mais um componente ao quadro, acrescentando que a coleção comercializada no período das duas marcas não foi bem aceita, mesmo sob promoção de preço, algo que se confirmou ao final do trimestre quando uma nova safra de produtos chegou às lojas com resposta melhor.
O desempenho de John John e Dudalina foi melhor. A primeira marca impulsionada por ajustes na coleção que resultou em mix mais competitivo, considera a empresa, e a segunda por ações promocionais com “direcionamento de preço mais agressivo”. Com relação à Rosa Chá, cujas vendas caíram no confronto entre mesmas lojas, a empresa mostra cautela ao atribuir o resultado “ao ‘efeito novidade’ que caracterizou a abertura de lojas no período de comparação”.
No trimestre, a rede foi adequada, ficando com oito novos pontos em relação ao trimestre anterior. Fechou outubro com 325 lojas. A avaliação é de que o balanço tende a melhorar no último trimestre, não só porque se trata de um período tradicionalmente de vendas melhores, como deverá refletir uma série de medidas de administração, como redimensionamento de quadro de pessoal em lojas, com a redução de 279 postos de trabalho, com economia prevista de R$ 7 milhões por ano, a despeito das despesas decorrentes. Também foram eliminados dez cargos de diretoria, com a consolidação de departamentos, de modo a aproveitar sinergias; renegociação de contratos com fornecedores; e fechamento de escritórios.