Sobre o terceiro trimestre de 2016 o prejuízo aumentou 8,7%, mas a receita avançou dois dígitos.
Com o deslocamento da liquidação de inverno de junho para julho associado ao aumento das vendas entre agosto e setembro, a receita líquida consolidada da Marisa Lojas cresceu dois dígitos no terceiro trimestre na comparação com igual período do ano passado. Subiu 13,3%, registrando faturamento de R$ 712,89 milhões. A varejista credita o aumento das vendas a dois fatores: mais gente entrou nas lojas para comprar e consumiu mais peças a cada ticket.
O que não melhorou foi a rentabilidade. A companhia acumulou perda de R$ 50,48 milhões entre julho e setembro, que representa aumento em relação ao prejuízo anotado no terceiro trimestre de 2016. Sobre o trimestre anterior, entre abril e junho, quando registrou perda de R$ 18,4 milhões, o rombo praticamente triplicou. “Tal piora deriva da decisão da companhia de preventivamente suspender o provisionamento de créditos diferidos sobre o prejuízo fiscal no Demonstrativo de Resultado. Em bases comparáveis, isto é, com a constituição do crédito de IR/CSLL, tal prejuízo seria de R$25,6 milhões, uma redução de R$20,8 milhões ante o 3T16”, afirma o relatório que acompanha a apresentação de resultados do período.
O endividamento líquido de R$ 546 milhões caiu 4,2% em relação a igual trimestre do ano passado. Ainda assim, a Marisa fechou novo empréstimo, menos de três meses depois da primeira contratação.
Em conferência com analistas de mercado, a Marisa afirmou que os resultados do trimestre mostram “recuperação importante na operação de varejo, com melhorias em todos os seus pilares”. O número de lojas permaneceu o mesmo do segundo trimestre, com 388 pontos de venda, dez a menos do que mantinha em operação no mesmo período do ano passado, e não deverá aumentar no curto prazo.
Sobre a expectativa para o último trimestre do ano, Marcelo Araújo, presidente da companhia, afirmou aos analistas de mercado que “gostaríamos de estar mais otimistas”. Segundo o executivo, o fluxo de clientes nas lojas de fato melhorou mas ainda se mostra volátil, caindo, por exemplo, ao final do mês. Avalia que deverá ter crescimento no quarto trimestre, sem no entanto prever recuperação plena. Tampouco prevê piora no cenário econômico.
Como na coleção de primavera/verão, lançada em agosto, a varejista espera que o alto verão e praia, que chegou às lojas neste final de outubro, tenha a mesma aceitação.