Balanço reflete despesas com ajustes da fusão, encerramento de marcas e venda da Baw, levando a companhia a segurar investimentos em 2025.

O primeiro resultado completo de um trimestre depois da fusão, reflete o intenso trabalho da Azzas 2154 para ajustar e alinhar as operações dos grupos AR&Co e Soma. Ao longo de 2024, as marcas de vestuário venderam mais, com crescimento de dois dígitos, enquanto calçados e acessórios aumentaram vendas mas em ritmo bem mais lento. A holding Azzas 2154 aumenta a receita em 15,1% no quarto trimestre de 2024. Mas o lucro líquido recuou quase 36% em comparação a igual período de 2023.
Nesse primeiro balanço completo pós-fusão, a receita líquida anota R$3,4 bilhões, 15,1% sobre a combinação dos resultados de 2013 das duas companhias.
Porém, o lucro líquido caiu para R$168,9 milhões, baixa de 35,8%, no quarto trimestre. A redução é atribuída a uma série de despesas e fatores que não devem se repetir em 2025, como os custos relativos à liquidação de marcas, afirmou a empresa no relatório de desempenho.
MARCAS CORTADAS
Dos ajustes, com algum reflexo no primeiro trimestre de 2025, constam o encerramento de quatro marcas no final de 2024. Deixaram de existir Reversa (a linha feminina da Reserva), a Alme, a Dzarm e a Simples.
Conforme anunciado então, outras marcas do portfólio estavam em avaliação. Em fevereiro, a Baw voltou para os fundadores; e o brechó online de luxo Troc foi encerrado. A marca italiana de calçados Paris Texas segue em análise.
DESEMPENHO DAS UNIDADES DE NEGÓCIOS
Maior unidade de negócios da Azzas 2154, vestuário feminino, onde estão alocadas marcas como Farm Rio, Animale e Maria Filó, aumenta a receita bruta do quarto trimestre para R$1,36 bilhão, crescimento de 22,9%.
A receita bruta da área de calçados e acessórios sobe 4,5% no trimestre para alcançar R$1,32 bilhão.
Vestuário democrático que abriga a marca Hering contribuiu com R$889,9 milhões para a receita bruta do quarto trimestre, crescimento de 17,6%.
O vestuário masculino que reúne basicamente Reserva e Foxton obtém R$634,3 milhões de receita bruta no quarto trimestre, expansão de 20,7%.
RESULTADO DO ANO
A receita líquida da Azzas 2154 aumenta 10,2% para R$11,57 bilhões em 2024, ficando ligeiramente abaixo da Renner que registra, sozinha, receita líquida de R$11,59 bilhões no ano.
O lucro líquido de 2024 totaliza R$168,9 milhões, queda de 33,2% sobre o apurado em 2023.
Ao longo de 2024, a holding totaliza R$554,4 milhões em investimentos, sendo R$195,3 milhões no último trimestre.
Para 2025, a empresa disse a investidores que o foco será em maximizar a geração de caixa e segurar os investimentos dentro de um cenário de “receitas crescentes”.
Sem especificar a quantidade de lojas de varejo de cada marca, a Azzas 2154 informa encerrar 2024 com 2.129 unidades em operação, uma a menos que em 2023.
A maior rede é de calçados com marcas como Arezzo, Anacapri e Schutz, com 870 lojas. Hering conta com 702 pontos, sendo 52 megastores. Do total, 326 são unidades de varejo das marcas femininas do grupo e 207, das marcas masculinas.
RUMOR DE SEPARAÇÃO
Logo após a divulgação dos resultados financeiros, o mercado reagiu mal e as ações da Azzas 2154 perderam valor. A desvalorização aumentou com a notícia do Valor Econômico sinalizando desavenças entre Alexandre Birman, CEO da Azzas, e Roberto Jatahy, diretor da unidade de Vestuário Feminino, que estariam escalando para uma separação de negócios sete meses após a fusão. Até o momento, a companhia não respondeu oficialmente ao forte rumor.
foto: divulgação (campanha de Fernanda Torres para Arezzo)