C&A reduz prejuízo no primeiro trimestre

C&A reduz prejuízo no primeiro trimestre

Varejista prevê segundo semestre melhor com crescimento ‘não acelerado’ no ano.

C&A reduz prejuízo no primeiro trimestre

Resultado da disciplina financeira combinada ao uso de tecnologia de ponta, como inteligência artificial, a C&A anuncia que reduz o prejuízo no primeiro trimestre de 2023 em relação a igual período de 2022. Balanço da varejista de moda registra prejuízo líquido de R$126,3 milhões entre janeiro e março, 17% a menos que a perda do primeiro trimestre do ano passado. Na mesma comparação, a receita líquida cresce 3,6% para R$1,24 bilhão.

“Dando continuidade à nossa prática de proteção de caixa, limitamos os investimentos a R$49,8 milhões no trimestre, focando nas prioridades e não abrindo novas lojas. Também mantivemos uma postura cautelosa na concessão de crédito. Em um trimestre em que a sazonalidade dos negócios significou maior consumo de caixa para pagar as compras realizadas no 4T22 [quarto trimestre de 2022] e também o estoque de inverno, encerramos o trimestre com R$1,5 bilhão em caixa e dívida líquida de R$766,7 milhões”, diz a mensagem da administração da companhia para investidores no relatório de resultados.

A varejista encerrou março com 331 lojas, uma menos do que operava em dezembro de 2022.

Conforme o relatório da empresa, a receita subiu puxada pelo desempenho das vendas de vestuário, que cresceram 6,1%, para R$966 milhões. A categoria Fashiontronic e beleza contribuiu com R$191 milhões. As vendas digitais assinalam receita bruta de R$328,6 milhões, 58% a mais que no mesmo período de 2022.

A previsão é de melhora gradativa no segundo semestre e “crescimento consistente, embora não acelerado em 2023”.

GÊMEO DIGITAL DA CADEIA C&A

Do investimento de quase R$50 milhões, parte considerável (R$37,4 milhões) foi aplicada em tecnologia digital. O relatório da C&A destaca o uso de algoritmos para ajudar na precificação dinâmica de produtos, que melhora margens e reduz o prejuízo com encalhes. A companhia também fez uso de inteligência artificial envolvendo a cadeia de fornecimento.

Entre as medidas, a C&A Brasil contratou a empresa americana Palantir Technologies Inc. que ao longo de três meses coletou dados da varejista de maneira a alimentar a plataforma de inteligência artificial Foundry. Dessa forma, o sistema dispara alertas sobre a necessidade de reposição dos produtos mais vendidos, de novos produtos e otimizando a cadeia de suprimentos da empresa para atender a demanda.

“Formamos um gêmeo digital da cadeia de fornecimento da empresa, dando às equipes de planejamento não apenas uma visão completa do processo de compras, como também o poder de simular rapidamente novas regras e cenários e, assim, prevenir situações extremas”, declarou em comunicado à imprensa Henrique Valer, líder da Palantir LatAm.

fotos: divulgação