Depois do isolamento, roupas de luxo

Esse é o desejo declarado por mulheres com renda média mensal de R$ 40 mil em pesquisa realizada pelo Instituto QualiBest.

Com a reabertura do comércio físico na cidade de São Paulo, o Instituto QualiBest realizou pesquisa para saber o comportamento de consumo no mercado de luxo. Concentrou a sondagem em mulheres que dispõem de renda de R$ 40 mil por mês e que vivem na capital. Queria saber o que elas mais querem comprar na retomada. Roupas foi a resposta indicada por 44% das mulheres entrevistadas.

Contudo, a pesquisa assinala que a maioria do universo pesquisado (54%) está por ora evitando ir às compras em lojas físicas. Querem esperar para que sejam definidos procedimentos claros para o fim do isolamento social, destaca a análise do QualiBest. E quando isso acontecer 40% das entrevistadas afirmam que só vão comprar roupas em lojas ou estabelecimentos que provarem ter adotado medidas de higienização das peças.

“Elas dizem que só experimentarão roupas higienizadas, que vão exigir o uso de máscaras e que as lojas controlem o fluxo de gente. Mais da metade delas até concorda que pagaria mais para ter uma garantia de que as peças são seguras”, destacou Roberta Salum, da Back IN B, consultoria de negócios de moda parceira do QualiBest na pesquisa.

MUDANÇA DE HÁBITOS

Feita em parceria com a Back IN B e o ArtSoul, marketplace de arte contemporânea, a pesquisa ouviu 400 mulheres da classe socioeconômica mais rica do país. Comprar roupas é o principal desejo de consumo. Bem atrás aparecem os calçados, indicados por 12% delas; e depois maquiagens, por 7%.

Na avaliação do QualiBest, o desejo reflete uma demanda reprimida parcial, mas que exige preparo do varejo para atender. Também demonstra a necessidade de as marcas estarem prontas para uma demanda menor, salientou Daniela Malouf, diretora geral do QualiBest, em comunicado à imprensa. “Com certeza o retorno será lento, não só por conta da preocupação com a saúde/higiene e pela diminuição da renda da consumidora, mas pelo aprendizado obtido nos três meses de isolamento. Há uma reflexão sobre valores, prioridades, ciência sobre os armários lotados, falta de eventos, e uma consciência sobre o consumo de roupa”, completou a executiva.

A pesquisa sinaliza com possíveis mudanças de hábitos de consumo. Do total, 60% das mulheres ouvidas afirmaram que vão dar mais atenção a marcas de roupas nacionais. Pouco mais da metade (53%) concorda que tentará um consumo mais consciente – “priorizando empresas que sejam transparentes em seus processos de fabricação, por exemplo”, afirma o comunicado.

O QualiBest informa que a consulta foi online a partir de uma rede própria que reúne apenas mulheres com renda média de R$ 40 mil mensais. E que elas toparam responder a pesquisa em troca de uma doação à Liga de Proteção, fundação do Hospital do Coração que ajuda no combate à Covid-19”. O QualiBest doou R$ 8 mil reais à instituição.