Para 2021, varejista se prepara a fim de enfrentar aumento de custos de matéria-prima e evitar efeito sobre a coleção de outono.

A Cia Hering avista período de pressão inflacionária em 2021. Em teleconferência com analistas de mercado, a empresa diz que o maior desafio será com a inflação, devido ao aumento de preços das matérias-primas,
que começou neste final de ano com o custo mais alto de fios, que pode pressionar a coleção de outono, associado à variação cambial.Algumas medidas servirão de proteção aos riscos, como o redesenho do “supply chain local”, disse o diretor executivo de negócios da companhia, Thiago Hering. Além de uma nova estratégia de precificação do produto na ponta. A realidade atual mostra o cenário nacional ainda difuso sem margem para ajustes de preços no varejo.
Contudo, Fábio Hering, presidente da empresa, abriu o encontro com investidores afirmando que “o terceiro trimestre mostrou-se mais animador”. Considerou que houve evolução positiva em relação ao difícil primeiro semestre. “Com perspectiva de um término de ano bem melhor do que a gente registrou nos trimestres anteriores”, afirmou.
Para 2021, Hering avista, além de pressão inflacionária, uma acomodação de mercado. Nesse processo, entende que a empresa está preparada para crescer, “aumentando presença e participação de mercado”, ressalta o executivo.
RECEITA MENOR DE VENDAS
Apesar da leitura otimista do trimestre, a Cia Hering viu a receita líquida encolher 33,6% entre julho e setembro, quando comparada a igual período de 2019. Apurou R$257,78 milhões. No acumulado de nove meses, em 2020, a receita líquida totalizou R$648,71 milhões, 42,2% a menos que em igual período do ano passado.
Ainda em razão do ganho da ação sobre crédito presumido de ICMS, a empresa volta a registrar lucro líquido expressivo. Dessa forma, assinalou ganho no terceiro trimestre de R$155,50 milhões. Em nove meses, o lucro líquido somou R$287,34 milhões, quase 90% acima do apurado de janeiro a setembro de 2019.
Em número de lojas, encerrou o trimestre com 735 pontos no Brasil, além das 20 operações internacionais. O plano é encerrar 2020 com 22 unidades a mais, inauguradas entre outubro e dezembro. Ficaria com mais 20 lojas da Hering Store, totalizando 662 pontos.
Abriria mais um outlet, fechando o ano com 14 deles, e duas da Dzarm, completando três em operação. Mas fecharia uma da Hering Kids, que terminaria o ano com 78 pontos de venda.