Hering lucra menos no trimestre

Vendas caíram puxadas para baixo pelo freio imposto pelo canal multimarcas e pela queda no tráfego de pessoas dentro das lojas.

O segundo semestre começou difícil para a Cia. Hering, a despeito do otimismo relativo demonstrado pelos representantes da empresa em agosto, quando divulgaram os resultados do segundo trimestre. De julho a setembro, o lucro líquido caiu 41,2% sobre o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 57,53 milhões. Mais uma vez, a receita líquida consolidada recuou pouco na mesma comparação, caindo 0,8%, para R$ 350,56 milhões. Foi menor também que o faturado ao longo do segundo trimestre.

Na avaliação da empresa, “os efeitos da recessão e do desemprego exerceram por mais um trimestre, influência negativa no desempenho de vendas da companhia”. Como principal canal de vendas, as multimarcas reduziram novamente as compras. O faturamento com os revendedores retraiu 8,6%, somando receita bruta de R$ 179,4 milhões, devido, sobretudo, ao encolhimento das encomendas para Hering Store e Dzarm.

De modo geral, a carteira de multimarcas continuou a encolher em número de revendedores. Fechou em setembro com 17.772 pontos de revenda, quase 500 a menos do que tinha em setembro do ano passado. Das cinco marcas comercializadas, apenas as do segmento infantil (Hering Kids e PUC) tiveram aumento de receita. As outras sofreram mais com a queda de consumo e poder de compra do brasileiro, além do fechamento de pontos de venda físicos.

REARRANJOS
Se no primeiro semestre a Hering for You foi congelada em três lojas, sem planos de expansão, o segundo semestre colocou a marca mais nova como linha especial dentro da Hering Store e fechou os três pontos, transformados em Hering Kids. Não foi a única alteração na composição da rede de lojas de varejo, entre próprias e franquias. O balanço do terceiro trimestre indica que foram encerradas quatro unidades no Brasil, de modo que em setembro operava 824 pontos, no total, sendo 18 localizados no exterior.

Dos 806 pontos brasileiros, 642 pertencem à bandeira Hering Store, que ficou com quatro unidades a menos do que tinha em junho. Ao herdar os pontos da For You, a rede da Hering Kids subiu para 97 unidades. Foi fechada mais uma da PUC, caindo para 64 unidades. Em contrapartida, foi aberta mais uma da Dzarm, que encerrou o trimestre com três lojas. Desse modo, em setembro, a rede de varejo contava com 16 lojas a menos do que tinha em dezembro de 2015.

A produção de peças também recuou, com decréscimo de 16,7% em comparação com o terceiro trimestre do ano passado. Foram confeccionados 5,2 milhões de peças entre julho e setembro de 2016.

INVESTIMENTOS
A Cia Hering continua a manter a meta inicial de investir R$ 63 milhões ao longo de 2016. Porém, nos primeiros nove meses do ano, foram desembolsados apenas R$ 14,2 milhões. O terceiro trimestre consumiu investimento de R$ 4,3 milhões. A redução é considerada normal face à conclusão do parque industrial de Goiás, das obras e implantação do centro de distribuição também de Goiás; além da implementação do sistema ERP.