Hering recupera margem, e lucro sobe 32% no ano

A receita líquida da companhia também cresceu na comparação com 2016, mas não no mesmo patamar dos ganhos, e crescimento mais forte pode ficar para 2018

Ao traçar o balanço de 2017 para investidores, Fábio Hering, presidente da Cia Hering, considerou que foi um ano no qual a empresa não conseguiu um crescimento forte de vendas e de receita. “Foi um crescimento pequeno, mas conseguimos uma recuperação de margem expressiva”, disse o executivo. O lucro líquido da companhia em 2017 de R$ 263,78 milhões ficou 32,3% acima do anotado em 2016. Só os ganhos do último trimestre somaram R$ 86 milhões, que corresponderam a aumento de 68,8% em relação ao período de outubro a dezembro de 2016.

A despeito da volatilidade de vendas ao longo do ano, a Hering avalia que margens melhores foram atingidas em função do bom desempenho das lojas próprias e das webstores, e pela ligeira recuperação de vendas do canal multimarcas, responsável pela maior fatia do faturamento da companhia. Por isso, a empresa afirma que iniciou 2018 “mais otimista em relação ao ambiente de consumo”.

Se o lucro expandiu fortemente, a receita líquida teve desempenho bem mais contido. No ano totalizou R$ 1,56 bilhão, expansão de 5,9% sobre 2016. O quarto trimestre contribuiu com receita líquida de R$ 452,36 milhões, 4,7% mais que em igual período do ano anterior. Todas as quatro marcas administradas faturaram mais em 2017.

A receita bruta da Hering Store, a maior de todas, aumentou 4% para chegar a R$ 1,32 bilhão em 2017. A da Hering Kids subiu 11,6%, para R$ 243,53 milhões. Ainda passando por ajustes, a outra marca infantil da companhia, a Puc, somou R$ 120 milhões, pequeno incremento de 1,2% sobre o exercício anterior. Reformulada, a Dzarm, agora especializada em roupa jovem feminina, fez R$ 71,49 milhões em 2017 e cresceu 10,7%.

Em termos de canal, ainda que a empresa tenha reduzido o número de multimarcas com as quais trabalha para 16.859 revendas, entre todas as marcas, a receita bruta apurada subiu 5,2%. O desempenho foi melhor que o das franquias, canal que sofreu com queda de 2,1% nas vendas em 2017. O faturamento conjunto das cinco webstores (das quatro marcas mais outlet) foi a praticamente R$ 45 milhões, chegando perto dos R$ 50,27 milhões arrecadados com o mercado externo.

Embora o mix de produtos tenha incorporado itens de maior valor agregado, medida que ajudou a elevar o ticket médio do ano, a Hering vendeu menos peças. Foram 22,77 milhões de peças comercializadas em 2017, algo como 7,8% menos que em 2016. O quarto trimestre vendeu 8,16 milhões de peças vendidas, menos 6,7% que o último trimestre do ano anterior.

AJUSTE NA REDE DE LOJAS
Em 2017, a Cia Hering enxugou a rede de lojas de varejo, formada por pontos próprios e franquias. Encerrou o ano com 805 unidades em operação, 29 a menos do que tinha em 2016. O movimento de contenção prosseguiu no último trimestre, quando foram abertas quatro lojas Hering Kids e três da Hering Store, uma das quais no exterior. Em compensação foram fechadas 12 unidades: oito da Hering Store, duas da Hering Kids e duas da Puc. Do total de lojas, 20 são franquias localizadas em países da América do Sul.

No Brasil, atualmente, a Hering Store ficou com 617 lojas, 27 a menos do que tinha em 2016. Também a rede da Puc reduziu, totalizando 56 unidades, menos sete em relação a dezembro de 2016. A Hering Kids opera 109 pontos, três a mais que no exercício anterior, enquanto a Dzarm continua com três operações.

INVESTIMENTOS REALIZADOS E PREVISTOS PARA 2018
A empresa investiu R$ 58,8 milhões em 2017, aumento de 14,6% sobre 2016. Os projetos do quarto trimestre absorveram R$ 24,2 milhões, quase 35% a menos que o mesmo trimestre de 2016. A previsão para 2018 é aplicar R$ 53,64 milhões.