Feitas as pazes com os lucros, a holding se volta para os ajustes nas marcas, como a negociação para distribuir a G-Star Raw no Brasil via a Mandi, a partir de maio.
Nos últimos meses, a Inbrands, holding que detém portfólio de dez marcas, como Ellus, Bobstore e Richard’s, além da joint venture com a Tommy Hilfiger, promoveu uma reforma na Mandi, a multimarcas do grupo. Depurou o mix de marcas comercializado, deixando de representar algumas grifes importadas, reposicionou o perfil, fechou franquias e reduziu o canal de atacado. O movimento mais recente foi atualizar o mix mediante parceria firmada com a holandesa G-Star Raw, grife que já ensaiou diversas vezes para atuar no mercado brasileiro sem muito sucesso. Com o início das vendas a partir de maio em cinco lojas da Mandi em shopping centers – quatro na capital paulista e uma em Porto Alegre (RS), a Inbrands espera acelerar as vendas da multimarcas.
Fez barulho na estréia da operação comercial da G-Star, com festa em que reuniu famosos locais e trouxe ao país o diretor global da marca Shubhankar Ray. O modelo é store in store, com a G-Star ganhando visibilidade na vitrine e comercializando calças a mais de R$ 400,00 nas cinco lojas selecionadas. A iniciativa de representação local é comemorada pela companhia nacional por representar mais uma marca emblemática a compor a plataforma. A primeira foi a Tommy Hilfiger através de uma joint venture criada com o grupo PVH em participações iguais e, segundo a companhia, com desempenho acima do esperado.
Das cinco lojas abertas no último trimestre do ano pela holding, duas foram da TH, que encerrou o ano somando 15 pontos de varejo ao todo e 780 multimarcas, informa o relatório anual da Inbrands. As outras três lojas abertas entre outubro e dezembro são as primeiras unidades da Brands House, outlet criado para vender coleções passadas e ponta de estoque de todas as marcas do grupo. As demais marcas controladas pelo grupo – Ellus/Ellus Second Floor, Richards/Selaria Richards, VR/VRKids, Bobstore, Salinas e Alexandre Herchcovitch, praticamente mantiveram o tamanho no ano passado.
A Inbrands, que também controla as semanas de moda de São Paulo e Rio de Janeiro, encerrou o ano com lucro líquido de quase R$ 37 milhões, sustentado pelos resultados obtidos no segundo semestre. Em 2012, o grupo sofreu com prejuízo de R$ 14,18 milhões. A receita líquida de 2013 cresceu 16,2% em comparação com o ano anterior, alcançando R$ 905,9 milhões. A receita do último trimestre foi praticamente 20% menor que a do terceiro trimestre e menor também em relação a igual período de 2012. Essa retração configuraria, porém, uma estratégia que deu bons resultados, explica a companhia. As vendas para o atacado foram menores nos últimos três meses do ano de 2013 porque a companhia conseguiu antecipar o faturamento para o terceiro trimestre.
“Em 2012 não estávamos com as entregas de produtos em dia e por este motivo nosso faturamento do atacado se concentrou no último trimestre. Contudo, o acerto dos calendários em 2013 teve efeito muito positivo para nossa rede de lojas franqueadas e parceiros lojistas multimarcas, que entraram na sazonalidade de fim de ano abastecidos, favorecendo o sell out”, explica o relatório de resultados da Inbrands, dirigido ao mercado investidor.
A rede de distribuição administrada pela Inbrands iniciou 2014 com 362 lojas e 4,89 mil multimarcas. A Richard’s é a maior com 85 lojas de varejo, seguida da Ellus com 82 lojas, Bobstore (67), VR (50), Salinas (44), Tommy Hilfiger (15), Mandi (14) e Alexandre Herchcovitch (2). Completam o varejo os três outlets Brands House. No canal de atacado, a maior fatia é detida pela Ellus com 1.783 revendas, depois vem a TH com 780 multimarcas e a VR/VR Kids, com 767. As três marcas juntas sustentam 68% do canal de atacado em número de revendas. Os outros 32% estão distribuídos entre as outras sete marcas.