Rede de varejo de moda atribui as dificuldades ao cenário econômico, com alta do dólar que pressionou custos, e à falta de inverno que inibiu a demanda
Ao anunciar o balanço do segundo trimestre do ano, o varejista de moda Marisa revelou que encerra o semestre com lucro líquido bem superior aos parcos R$ 400 mil do primeiro trimestre. Mas, ainda assim, bem inferior ao desempenho experimentado na primeira metade de 2011. A empresa fecha o primeiro semestre de 2012 com resultado líquido de R$ 48 milhões, queda de 55,2% em relação aos R$ 107,2 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior, mas praticamente todo ele concentrado no segundo trimestre.
Foram R$ 47,6 milhões de lucro líquido entre abril e junho de 2012, que corresponde à queda de 33,1% sobre os R$ 71,2 milhões registrados entre abril e junho de 2011. O desempenho não afeta, contudo, a perspectiva da companhia de recuperação no segundo semestre do ano. A avaliação é de que as vendas dão sinais de reação, impulsionada pelo aumento real de salários, especialmente, de consumidores da classe C para a qual a empresa está voltada.
A receita líquida do período reflete o otimismo na recuperação. No segundo trimestre, o resultado depois de todos os encargos registrou R$ 693,5 milhões, que representa aumento de 9,6% comparado aos R$ 632,8 milhões do segundo trimestre de 2011. Em relação ao primeiro trimestre, todavia, a alta foi de quase 34% sobre os R$ 519,9 milhões. Com esse desempenho, a Marisa encerrou o semestre com receita líquida de R$ 1,213 bilhão, 7,7% a mais que o R$ 1,126 bilhão registrado entre janeiro e junho do ano anterior.
A meta de abrir 33 lojas até o final do ano está mantida e deverá ser atingida ao longo do segundo semestre, uma vez que até agora foram inauguradas apenas cinco lojas, somando ao final de junho 341 unidades. Todas foram abertas no formato Marisa Ampliada, que engloba produtos para mulheres, homens e crianças. A seção de calçados, por enquanto, está restrita a 25 lojas da rede. A intenção é estender a nova operação para 165 lojas até o ano que vem.
A avaliação da empresa é que a recuperação teve início com o lançamento da coleção de inverno, que contou com boa aceitação, associado à melhora do cenário econômico, que garantiu aumento real de salário na faixa de consumidores atendidos pela empresa. E poderia ter sido melhor se o inverno fosse mais rigoroso – foram poucos dias de frio intenso, prejudicando as vendas da coleção. Os resultados também foram afetados pela desvalorização do real que pressionou os custos, com o encarecimento das mercadorias importadas, sem margem de repasse para os preços; e pela antecipação da época de liquidação para junho, seguindo a concorrência.