Apesar de reportar mais um trimestre em prejuízo, varejista avalia retomada gradual a partir do segundo semestre.
Sem mudanças significativas no ambiente macroeconômico do país, a varejista de moda Marisa considera que o segundo trimestre do ano continuou a configurar mais um período difícil para as vendas da companhia. Mas, prevê a retomada gradual de margens a partir do segundo semestre do ano. A receita líquida de varejo, que não inclui os serviços financeiros, subiu 1,8% em relação ao segundo trimestre de 2015, passando para R$ 624,1 milhões. A receita líquida consolidada de abril a junho foi de R$ 781,4 milhões, que representou queda de 1% sobre igual período do ano passado.
As margens da companhia foram pressionadas negativamente pela antecipação do período de promoção, explicaram os representantes da empresa em conferência com analistas de mercado e investidores. A Marisa optou por fazer a liquidação de inverno em junho, enquanto em 2015, por exemplo, foi em julho. A empresa não previu que os dias de inverno fossem tão intensos e incluiu na promoção itens pesados como casacos e tricôs.
Fechou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 18,4 milhões, quase 10% a mais que no mesmo trimestre de 2015. Com isso, as perdas do semestre acumularam em R$ 35,5 milhões, aumento de 39,2% sobre o prejuízo registrado nos primeiros seis meses do ano passado, mostra o balanço financeiro da companhia. Em paralelo às promoções nas lojas, a Marisa continuou a executar seu projeto de redução de estoques iniciado em 2015, assim como vem colhendo frutos com a implantação do novo sistema de abastecimento e logística. Por isso, o relatório “prevê uma retomada gradual e sustentável de margem bruta, sempre priorizando a manutenção de estoques renovados e saudáveis”.
MEDIDAS PARA REVERTER PREJUÍZO
Em julho, conta com a entrada mais forte da nova coleção nas lojas para melhorar as margens, e concentrar as promoções a itens que independem de estação, como calçados e jeans, explica a empresa. Outra meta é ajustar os preços, até um pouco acima da inflação do setor. O projeto de padronização de layout de loja associado a mudanças de como cada ponto de venda opera e é gerido avança gradativamente. No segundo trimestre, completou 75 lojas adaptadas, e a empresa espera no segundo semestre estender o sistema para mais 45 unidades.
Os ajustes no tamanho e localização da rede de lojas também continuaram. Foi aberta uma Marisa Ampliada em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e fechadas quatro – Joinville (SC), Mauá (SP), Campinas (SP) e São Paulo (SP). Dessa forma, a Marisa encerrou o primeiro semestre com 398 pontos, 15 a menos do que tinha em dezembro. Por causa disso, a maior parte do investimento de R$ 17 milhões no trimestre foi empregada em “projetos de ganho de eficiência operacional, com destaque para melhorias no ambiente de lojas”, descreve o relatório da empresa que acompanha os resultados financeiros.