Holding dona da Le Lis Blanc e John John homologou plano de recuperação extrajudicial com credores, que não envolve fornecedores.
A Restoque entrou com pedido de recuperação extrajudicial para renegociar a dívida financeira da companhia dona das marcas Le Lis Blanc, Dudalina, John John, Bo.Bô, Rosa Chá e Individual. O valor da dívida foi calculado em torno de R$ 1,5 bilhão. De acordo com fato relevante publicado pela empresa na manhã dessa segunda-feira, 8 de junho, a justiça homologou o pedido. O plano prevê o alongamento das dívidas financeiras, além de um aporte de capital de pelo menos R$ 150 milhões até o final do próximo ano.
A holding destaca em comunicado ao mercado que o plano de recuperação se estende exclusivamente aos credores financeiros (instituições financeiras e debenturistas). Não envolve fornecedores ou colaboradores.
A necessidade de renegociar as dívidas financeiras é atribuída pela companhia aos efeitos da pandemia de covid-19. No pedido de recuperação argumenta que a trajetória desde janeiro era positiva. Mas com as 255 lojas fechadas, por determinação de governadores e prefeitos, o faturamento foi drasticamente reduzido.
Pelo plano aprovado, os pagamentos das dívidas serão feitos mediante o fluxo de caixa da Restoque a médio e longo prazos, de maneira a preservar a operação da empresa. A companhia terá carência de 12 meses para iniciar o pagamento de juros. O pagamento das parcelas do valor principal será iniciado em junho de 2023, “sendo que mais de 70% do total da dívida vencerá somente ao final de junho de 2025”, esclarece o fato relevante.
A Restoque ainda não publicou o balanço financeiro do primeiro trimestre. Todavia, em maio, fez uma prévia na qual apresentou projeções até 2025. O grupo espera queda de faturamento em torno de 40% em 2020. Assim, a receita líquida do ano cairia para R$ 596 milhões, contra R$ 954 milhões em 2019.
