Para o cenário internacional de tendências de 2013, o Future Concept Lab restringiu a análise em oito núcleos geracionais.
Ao tratar do cenário internacional de tendências de 2013, o workshop organizado pelo Future Concept Lab na capital paulista na terça-feira, 30, discutiu aspectos estratégicos de abordagem de mercado com pesquisadores, profissionais de marketing de consumo e estudantes de Moda. A empresa italiana de pesquisa de mercado e consultoria de projetos, que mantém filial na cidade de São Paulo, enquadra os consumidores no que chama de núcleos geracionais. Com isso, escapa da segmentação típica que envolve classe social e renda, defendendo uma nova divisão baseada em comportamento e idade.
No primeiro evento do ano, o próximo está previsto para novembro, a empresa abordou oito categorias de padrões de consumo, sendo a tecnologia o elemento que permeia e serve de conexão entre todas elas. Realizado no MIS (Museu da Imagem e Som), o workshop teve a Vicunha entre os patrocinadores. Os tecidos da coleção de verão 2014 ganharam interpretação de acordo com os núcleos, em exposição organizada na entrada do evento com ajuda do Senai-Cetiqt, do Rio de Janeiro (confira a divisão na Galeria de Fotos abaixo).
Saiba quais são os oito núcleos geracionais mapeados pelo Future Concept Lab:
Lively Kids: crianças de 4 a 8 anos.
Idade em que começam a ter consciência do consumo e influenciam a decisão de compra, mesmo que amparados pelos pais. Entre as tendências rastreadas a empresa de pesquisa cita a miniaturização da moda.
Varejo para atender esse público tem que trabalhar com uma estética pop e colorida, que atraia, sem abrir mão de conteúdo educativo e denso de significados, como requerem os ocupados pais dessa garotada.
Expo Teen: adolescentes de 13 a 18 anos.
De acordo com análise de Nicoletta Vaira, especializada em análises etno-antropológicas da Future Concept Lab, eles constroem a própria identidade através do hiperconsumo, muitas vezes frenético e compulsivo. Ambivalentes, desejam pertencer a um grupo e, ao mesmo tempo, conquistar sua individualidade frente aos pares. Por isso, compra marcas que os ajudam a serem reconhecidos pelo grupo e que possibilitem algum nível de customização para imprimir ao produto a cara deles. Eles defendem baixar musicas em seus celulares sem pagar por elas, mas, não se incomodam em pagar por ingressos caros para assistir shows de artistas pelos quais se interessam.
Varejo: tem que propiciar espaço de experiências, que seja local de encontro da turma, em ambiente atraente.
Linker People: jovens de 18 a 30 anos.
O real é potencializado pelo virtual, na medida em que o que não pode ser compartilhado não existe para ele, aponta Nicoletta. Esse público gosta de descobrir produtos e lugares alternativos. É infiel às marcas e necessita de upgrades constantes. Em geral, quer ser parceiro da marca para atuar como co-autor do produto, de preferência, via meios de comunicação digitais.
Varejo: tem que ter oferta de serviços tipo “on the go”; são atraídos pelas lojas temporárias, que trazem novidades e mantêm a sensação de preview. O espaço de venda deve estar realmente em rede, e surpresa é uma qualidade que essa geração aprecia e valoriza muito.
Sense Girls: mulheres de 25 a 40 anos.
Com sensibilidade estética e busca pelo equilíbrio, as escolhas das consumidoras dessa categoria são afetadas pelos sentidos. Procura produtos, como roupas, sapatos e cosméticos que reflitam o perfil de feminilidade forte e, ao mesmo tempo, delicada. Valoriza marcas autenticas.
Varejo: construir lojas em que esse publico consiga uma pausa de relaxamento, com suave estimulação sensorial. Serviços personalizados e gratificantes.
Unique Sons: homens e mulheres dos 25 aos 35 anos.
Filhos únicos, enfrentam o desafio criativo para serem únicos em todas as expressões. Dedicam tempo e recursos para chegarem a resultados originais, combinações inusitadas, que pareçam cultas. Exclusividade e sob medida são as melhores expressões para retratar esses consumidores.
Varejo: deve ser a porta de um mundo de exclusividade, com gratificação de lucros e muita adrenalina.
Mind Builders: homens de 35 a 50 anos.
Profissionais com vocação para carreiras na área de tecnologia da informação. Representam a nova burguesia intelectual e muito ligados às próprias raízes. Mantêm afinidade com as marcas que consomem, de acordo com a memória e valores passados.
Varejo: valorizam pontos de venda que estimulem sua curiosidade intelectual e que ofereçam a oportunidade de aprofundar assuntos que consideram interessantes por meio de encontro com experts na área.
Singular Women: mulheres de 35 a 50 anos.
Faz escolhas de consumo de maneira muito consciente. Compram por aspectos do produto e não pela marca. No Brasil, têm o perfil de uma mulher multitarefas.
Varejo: deve ser cool e atender as diferenças.
Pleasure Grower: consumidores com mais de 60 anos.
Embora seja um núcleo ainda pouco analisado, merece atenção das marcas. São pessoas bem ativas que pensam em como aproveitar a segunda metade da vida, uma vez que a expectativa de vida tem aumentado a cada geração. São usuários de tecnologia, ainda que light. No caso deles, a internet e as redes sociais funcionam como ferramenta para conexão com filhos e netos, que estão longe, ou reencontrar antigos companheitos.
Varejo: deve reunir competência e discussão, com vendedores especializados que sejam capazes de discutir com esses consumidores características detalhadas dos produtos comercializados. Deve valorizar o conhecimento deles e a comunicação deveria remeter ao passado de maneira divertida.
Além de Nicoletta, do workshop participaram Francesco Morace, presidente e fundador do Future Concept Lab, Sabina Deweik, diretora da subsidiária brasileira e Laisa Martins, designer de moda que atua como pesquisadora de comportamento e consumo da empresa.
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