Estilista foi o primeiro a criar uma coleção para uma loja de departamentos, em 1959, e a licenciar seu nome para uma profusão de produtos.
A três anos de completar um século de vida, Pierre Cardin ganha uma retrospectiva de seu trabalho. A exposição organizada pelo Museu do Brooklyn, em Nova York, fica aberta até 5 de janeiro. A intenção é depois viajar com o acervo por outras cidades da Ásia, onde o estilista é muito respeitado, e da Europa. Pierre Cardin vive em Paris e, atualmente, viaja pouco. A mostra foi aberta no sábado, 20 de julho, aniversário dos 50 anos em que o primeiro homem pisou na Lua.
A data não foi escolhida por acaso, afirmou em comunicado o curador da mostra Pierre Cardin: Future Fashion, Matthew Yokobosky. O estilista é um apaixonado pelo futuro e que na década de 1960 era um entusiasta da corrida espacial. Tanto que data dessa época as roupas de formas futuristas, looks espaciais, uso de materiais inovadores, como plástico e metal, e os cortes unissex. Para essa retrospectiva, o museu reuniu 170 objetos, coletados do acervo da maison do estilista, fazendo um apanhado de uma trajetória de 70 anos.
Pierre Cardin foi um pioneiro, cuja obra foi ofuscada pela sombra da própria visão comercial. Foi o primeiro a licenciar o nome para dar marca a uma infinidade de produtos ao longo do tempo, muitos fora do espectro da moda, e caindo na banalidade. De perfumes a acessórios, passou por móveis, carros, bonecas e até talheres. No Brasil, de corte careta, o jeans Pierre Cardin era o preferido dos homens.
A mostra destaca o fato de que Cardin decidiu democratizar a moda, quando desenvolveu uma coleção feminina em 1959 para a loja de departamentos francesa Printemps. Lançou a primeira coleção masculina em 1960, mas foi a célebre Cosmocorps, que chegou ao mercado quatro anos depois, a democratizar a moda masculina.