A expansão é de 65%, como demonstra a reportagem que revela quantas peças o setor movimenta por ano no Brasil
O segmento de roupas infantis ganha cada vez mais estilo no Brasil, atraindo inclusive marcas tradicionalmente associadas à moda adulta. Ao longo dos últimos cinco anos, o número de peças destinadas ao público das classes A, B e C registrou alta, passando de 1,2 bilhão, em 2005, para os atuais 2 bilhões de unidades, volume que representa 60% do total comercializado no país, de acordo com dados da organização da FIT 0/16 – Feira Internacional do Setor Infantil, Juvenil/Teen e Bebê.
Isso significa dizer que o mercado brasileiro está avaliado em 3,4 bilhões de peças por ano. “Nos últimos cinco anos, o mercado infantil vem ficando cada vez mais ligado à moda, com as empresas focadas em detalhes de estilo. Isso começou como reação à concorrência dos produtos importados da China no segmento, pois, para competir com produtos tão baratos, as confecções nacionais tiveram de achar um meio de diferenciação, e esse meio foi a moda”, analisa Humberto Rebonato, diretor da Interfeira Eventos, responsável pela FIT 0/16 que, em junho, realizará a 35a edição, com lançamentos para o verão 2011.
Composto por mais de quatro mil fábricas, o mercado de vestuário infantil do Brasil investe cada vez mais no desenvolvimento de suas coleções, buscando conquistar o consumidor das classes média e alta por meio de variedade, qualidade e estilo. O movimento nesse mercado tem atraído novos fornecedores. Na esteira das tendências para o verão 2011, fabricantes de denim brasileiras reforçaram suas linhas com tecidos leves, adequados para modelagens soltas, como vestidos e camisas, e também para modelos infantis.
Foi o caso da Vicunha, da Tavex, da Cedro, da Capricórnio, da Canatiba, da Covolan. Na área de etiquetas de decoração, a Newcolor acaba de lançar uma linha batizada de Infanto, dentro de sua coleção para o verão 2011.
De acordo com ele, a última edição da FIT 0/16 realizada em janeiro registro aumento de cerca de 10% em volume de negócios, em relação à edição de verão do ano passado, o que mostra um grande aumento para o setor, considerando que o número de expositores permaneceu o mesmo.
“As últimas duas edições do evento foram as melhores até hoje, e é possível perceber o aumento da variedade e da qualidade de produtos, o que acaba impulsionando o aumento dos negócios”, comenta, acrescentando que o aumento das exportações no segmento também pode ser creditado às mudanças no estilo das marcas, que buscam aplicar as informações de moda para desenvolver coleções atuais e modernas para os pequenos.
Ele avalia que se houveram avanços na oferta e qualidade de roupas infantis no mercado brasileiro, o mercado careceria ainda de profissionais especializados e materiais específicos. “Faltam tecidos e padronagens exclusivos para o segmento infantil, assim como estilistas especializados. As faculdades de moda não dão muita atenção ao segmento, agravando o problema”, conclui o diretor.
foto: divulgação