Contato direto com o cliente muda o papel do representante que ganha função consultiva, auxiliando o lojista a comprar melhor para ter maior giro de produtos da marca
O atacadista que entra no comércio eletrônico tem como desafio azeitar a área logística. É necessário controle acurado dos estoques, com uma política clara e lead times definidos, ou seja, gerenciar de forma correta o tempo entre o momento do pedido do cliente até a chegada do produto no destino. Entram na conta custos diretos e indiretos e o controle do frete. “Em muitas operações, os cálculos de rateios necessitam de revisões periódicas e a redução de custos deve ser uma prática constante”, afirma Ricardo Baccarat, especialista em varejo da AGR. O planejamento de vendas é fundamental: a indisponibilidade de produtos representa péssimo impacto para experiência do cliente.
A operações de separação, picking e packing das peças também são fundamentais para garantir uma boa experiência de compra. “O atraso na entrega é um dos principais ofensores da imagem da empresa”, aponta Baccarat. De acordo com o especialista, as marcas devem estar antenadas na onda do omnichannel, fazendo com que todas as áreas da companhia apoiem as ações e interações exigidas pela multicanalidade.
O lojista se beneficia da visualização da vitrine online (catálogo), por isso, é bom caprichar; da segmentação de clientes (masculino, feminino, plus size, moda íntima, fitness, infantil, outlet); das condições de pagamento e políticas comerciais diferenciadas para grandes volumes. As vantagens do portal devem ser bem ‘vendidas’ ao seu público em termos de produtividade e experiência, de forma a atrair os clientes, com incentivos comerciais na forma de desconto ou de promoções exclusivas, além de oferecer informações cruciais como status dos pedidos.
Um dos impactos dos portais atacadistas é a mudança no papel do representante comercial. O tempo dedicado às visitas e colocação de pedidos é substituído por uma ação mais consultiva junto ao lojista, auxiliando-o a comprar melhor para ter maior giro de produtos. “Com essa liberação de tempo, ele será capaz de atender um maior número de clientes”, afirma o especialista.
COMPUTAÇÃO EM NUVEM
A adoção da computação em nuvem também é apontada como uma vantagem para os portais atacadistas de comércio eletrônico. O modelo dá mais velocidade na implantação de promoções e melhorias, tem menos necessidade de hardware e memória, e facilita a atualização, além da possibilidade de acesso de qualquer computador em qualquer lugar.
Para ter mais segurança, os sites monitoram acessos, contam com ferramentas de recuperação de dados e histórico de modificações, criptografia de dados e sistemas contra ameaças. “Geralmente uma estrutura externa de uma empresa especialista representa menos riscos do que uma estrutura própria”, aponta Nasciutti, da EY.