Marca de jeans inaugurou CD em Miami em setembro para abastecer o atacado, em paralelo à abertura de lojas de varejo no Brasil e no exterior
Mesmo com o mercado brasileiro andando arredio para o consumo, a Pit Bull Jeans partiu para o ataque, fazendo jus ao nome da marca. Em setembro, inaugurou um centro de distribuição em Miami para abastecer o mercado dos Estados Unidos em investimento de R$ 2 milhões. No plano interno, como parte do esforço para alavancar a presença no varejo, abriu em outubro a primeira loja própria. Escolheu instalar sua flagship no Shopping Metrô Itaquera, na capital paulista, pela boa performance de vendas do empreendimento que, segundo a empresa, é o centro de compras com maior faturamento por metro quadrado da América Latina.
Em novembro, a empresa abriu canal de ecommerce apenas para vender ao consumidor do mercado dos Estados Unidos. “A partir de 1º de dezembro abriremos o ecommerce também para o Brasil”, informa Alessandra Gaspio, diretora geral da Pit Bull. O movimento em direção ao mercado americano se intensificou quando em maio a marca abriu uma franquia na cidade de Massachussets.
Antes disso, a Pit Bull já era vendida para multimarcas de lá. Atualmente, são 37 pontos de revenda, incluindo uma loja na Ocean Drive, em Miami, que comercializa grifes como Versace e Prada, comenta Alessandra. Ela explica que o principal público é formado pela comunidade latina que vive nos Estados Unidos, como mexicanos, cubanos, venezuelanos e os próprios brasileiros. “Eles buscam produtos ousados, menos clean, menos básico e estão dispostos a pagar por aquilo que querem”, afirma a diretora.
Com o novo CD, a expectativa é ampliar rapidamente a carteira de multimarcas. E, consequentemente, o faturamento. Segundo Alessandra, os Estados Unidos representam 5% do faturamento que a Pit Bull não revela. A diretora ressalta que o primeiro mês de operação já deu resultados. Em outubro, dobrou a média de 3 mil a 4 mil peças vendidas por mês no mercado americano. Mas, ela prevê que esse volume possa aumentar de três a quatro vezes em dois anos.
PRESENÇA TAMBÉM NA AMÉRICA LATINA
A Pit Bull mantém ainda operações de varejo em dois países da América Latina. Na Bolívia, são quatro lojas, das quais três abertas no regime de licenciamento e uma franquia. No Paraguai, a marca conta com mais três pontos (dois licenciados e uma franquia). Essas lojas continuarão a ser abastecidas a partir do Brasil, explica Alessandra.
Com esses sete pontos em cidades desses dois países, mais uma nos Estados Unidos, a marca soma oito unidades no exterior.
AVANÇO NO VAREJO PELO MODELO DE FRANQUIAS
Com a loja do Shopping Itaquera, a rede de varejo da Pit Bull sobe para dez pontos de venda no Brasil. A abertura das lojas acelerou a partir de meados do ano passado, quando a empresa decidiu adotar o modelo de franquias para o varejo, tendo inclusive aderido à ABF (Associação Brasileira de Franchising). “As franquias dão visibilidade à marca e servem de referência para o posicionamento da marca”, entende a diretora da empresa.
Até o final do ano espera abrir mais duas operações para alcançar 20 franquias ao todo. Os investimentos em lojas próprias também serão mantidos, de forma a alcançar dez pontos próprios até o início de 2020. Ela avalia que seria possível ter de 30 a 35 franquias até o final de 2021. “Mas vamos sentir o desempenho das lojas e ter recursos para conseguir controlar toda a operação”, pondera.
EM 2019, LICENCIAMENTO DA MARCA
Outra novidade em implantação é o licenciamento de marca, colocando a Pit Bull em calçados, cosméticos, perfumes, material escolar, entre outros itens, observa Alessandra. A previsão é já no primeiro trimestre de 2019 ter uma linha de calçados da marca, que será vendida nas lojas de varejo e nas redes dos parceiros. Em seguida, será a vez de cosméticos e perfumes. O processo de homologação está em curso.
CANAL MULTIMARCAS
Atualmente, a Pit Bull trabalha com uma carteira de 2 mil clientes, no Brasil. É um forte canal de vendas para a empresa, reconhece a diretora. Os lojistas são atendidos por representantes e por dois pontos de pronta entrega, sendo um em Goiânia, onde fica a sede da empresa, e outro na capital paulista, no polo do Brás. Para essas lojas, são lançadas cápsula semanais, de modo a ter entregas diárias nas lojas, explica Alessandra. Já os representantes trabalham com três campanhas por ano da linha feminina e outras duas para a masculina.
REFLEXOS NA PRODUÇÃO
Com produção toda terceirizada e contratada no próprio estado, a Pit Bull estima que a expansão fora e dentro do Brasil deverá aumentar em 20% o volume confeccionado em 2019. A média em 2018 foi de 70 mil peças por mês. Desse total, 75% correspondem a modelos de jeans, que equivalem a cerca de 50 mil peças, das quais 30 mil são calças femininas skinny cigarrete, aponta Alessandra. Os outros 25% da produção são complementados por malhas e acessórios.
Forte no feminino, que sustenta 80% das vendas, a marca tem crescido entre os homens. O avanço mais recente a diretora atribui à campanha para a qual contratou o cantor Leo Santana. Também conta a forte presença em mídias digitais. Só no Facebook, a Pit Bull conquistou 12 milhões de seguidores. “Somos a maior do Brasil no segmento de moda”, afirma Alessandra Gaspio.