Apesar de desgastes serem a base da aplicação, o efeito não tem a ver com o estilo vintage
Ganhando cada vez mais destaque entre os principais efeitos em denim das últimas temporadas internacionais, o ponto de luz começa a aparecer em modelos das coleções brasileiras do verão 2011. O resultado visual é diferente dos desgastes já conhecidos por alguns pontos-chave.
O desgaste existe, mas para ser um ponto de luz o trabalho deve ser executado de forma a obter efeito de luminosidade na peça. Imagine o brilho de uma peça usada por décadas, submetida a inúmeras lavagens e ferro de passar. Esse é um bom começo e não o objetivo.
Ponto de luz definitivamente não tem a ver com vintage. O efeito serve para diferenciar a peça e chamar a atenção do consumidor mais ousado, sem que caia na vala comum de detalhes vintage. “O ponto de luz pode ser feito no denim de base clara ou escura, mas, o importante é que a aplicação seja harmoniosa, que valorize a peça. Caso contrário, o modelo pode ficar feio e exagerado”, ressalta Maurício Lobo, consultor de moda
Para funcionar, a aplicação de ponto de luz exige refinamento na criação do efeito – como ficará, onde será aplicado, qual a melhor técnica – e refinamento no momento da execução – o profissional tem que entender o objetivo. De acordo com Lobo, a principal característica do efeito é ser forte e concentrado, sem nuances que suavizem o contorno.
“Nos desgastes tradicionais, há a preocupação de fazer uma espécie de degradê a partir do ponto mais forte de atrito para que o efeito vá desaparecendo de maneira sutil até começar outro ponto desgastado. No ponto de luz não há sutileza. O bonito é o contraste do ponto de luz com a cor bruta do tecido”, conclui Lobo.
Por essas características, o ponto de luz é um daqueles efeitos que podem se configurar como armadilha, porque se equilibra na linha delicada entre o bonito e o ridículo.
foto: acervo Mauricio Lobo