Desde janeiro, a lavanderia catarinense consome eletricidade fotovoltaica produzida por instalação cujo projeto absorveu R$ 450 mil.
Depois de investir em processos de produção visando reduzir o impacto da atividade no meio ambiente, a Lavanderia Laguna ampliou as ações. O passo mais recente foi a instalação de energia fotovoltaica. Desde janeiro, a empresa catarinense consome eletricidade produzida a partir da captação de luz solar. No segundo mês de operação, a conta de luz que girava em torno de R$ 15 mil por mês, caiu para R$ 2 mil, afirma André Flores, gerente geral da lavanderia instalada na cidade que dá nome à empresa.
Segundo ele, a conta não zera neste momento porque há dois meses o estado enfrenta muita chuva, obrigando a lavanderia a captar energia tradicional para complementar a necessidade. Dias chuvosos ou muito nublados diminuem a captação de luz solar. A empresa opera com dois turnos, trabalhando até a uma da manhã. Ainda assim, Flores garante que a lavanderia está bastante satisfeita com os resultados do investimento.
O projeto custou R$ 450 mil, em parte com recursos próprios e outra financiada pela Unicred (Instituição Financeira Cooperativa). Conforme o gerente, o agente financeiro oferecia juros melhores que os encontrados até em programas do governo.
A cargo da empresa Reevisa, o sistema da Laguna conta com uma malha de 380 módulos fotovoltaicos. A maior parte deles foi instalada sobre o galpão da lavanderia. O restante foi colocado no solo em modelo de garagem, suficiente para cerca de 15 vagas. A potência instalada alcança 125,4 kWp. Dois inversores com capacidade de 50kVa cada um fazem a conversão de energia solar para elétrica.
SOBRA PARA EXPANSÃO
De acordo com Flores, o projeto foi planejado para produzir sobras e gerar créditos para períodos de menos sol na região, de modo a não ter que pagar excedente. Também está preparado para o caso de a lavanderia aumentar o volume de produção. Atualmente, a Laguna processa em torno de 35 mil peças por mês, atendendo marcas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Conta com um equipamento de marcação a laser, um forno e um gerador de ozônio.
O gerente explica que o investimento em energia fotovoltaica atende a duas necessidades. Uma é de ordem econômica, devido aos sucessivos aumentos das tarifas de energia elétrica convencional. A outra deriva dos avanços da energia solar no país, que viabilizou os investimentos. “A energia limpa é uma boa solução e está de acordo com a consciência ambiental da empresa”, diz ele.
A lavanderia já nasceu, há 13 anos, com sistema de tratamento de água para fins de reúso na produção. Nos processos, tem procurado substituir técnicas a fim de reduzir consumo de água e volume de descarte, como o uso de nebulização. Fez ajustes nos sistemas que controlam compressores e bombas da estação de tratamento. “São cinco bombas que desligam automaticamente durante os horários de pico”, ressalta Flores.