Em média, o investimento em energia solar se paga entre cinco e sete anos para equipamentos cuja vida útil se estende por 25 anos
Apesar dos benefícios, montar um sistema de energia solar fotovoltaico não é tarefa simples. Requer trabalho especializado, que determina entre outras avaliações a quantidade de painéis solares necessária a fim de gerar a energia elétrica suficiente para fazer funcionar máquinas, acender luzes, bem como determinar a localização mais adequada das placas. Nesse mercado, o atendimento é feito por integradores, que trabalham em modelo turn key. Ou seja, fazem desde o projeto de dimensionamento até o fornecimento dos equipamentos, incluindo a negociação com bancos para liberar linhas de financiamento com juros subsidiados e parcelas que quase sempre são calculadas para ficar no valor economizado na conta de luz tradicional.
Fica com esses prestadores de serviços ainda a responsabilidade por registrar o novo perfil do consumidor junto à concessionária. Os integradores acompanham e controlam a quantidade de energia solar fotovoltaica gerada, a quantidade injetada na rede pública e a absorvida. Em caso de problema técnico, o primeiro atendimento geralmente é feito à distância, antes de encaminhar um especialista. Pela necessidade de manter a proximidade com o cliente, muito integradores limitam o raio de atuação a regiões ou estados.
Localizado em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e um dos maiores integradores do país a Blue Solar começou a operar com novo modelo, baseado em franquias, de modo a conseguir atender o Brasil inteiro. “Tem havido muita demanda por proposta comercial e estamos investindo para alcançar capilaridade”, explica Pedro Bressanin, coordenador comercial da empresa.
O plano da Blue Solar é audacioso. Segundo o executivo, pretende fechar 2019 com 70 franquias em operação. Atualmente, são 22 franquiados. Quer ter, pelo menos, uma franquia em cada estado. Em dez anos de mercado, a empresa acumula 1,3 mil projetos instalados, entre usuários corporativos e residenciais.
TAMANHO DO INVESTIMENTO
O valor do investimento em um sistema fotovoltaico depende da capacidade instalada necessária para atender o nível de consumo de cada usuário. Basicamente, quanto maior o consumo, mais equipamentos serão necessários. Para além do dinheiro a ser gasto, é preciso fazer a conta de amortização, considerando no cálculo o valor da despesa com energia elétrica tradicional e as projeções de aumento nas tarifas no prazo de cinco a dez anos.
No início da década, a amortização era mais lenta pelo elevado custo dos equipamentos. A queda no valor internacional de equipamentos, como painéis solares e inversores, tornou o investimento mais atraente. Todos são equipamentos importados, com alguma participação nacional em cabos e conectores, entre outros acessórios.
Com o crescimento do mercado, apareceram mais integradores. Os critérios de seleção de fornecedores envolvem fator de confiança, sendo que a indicação de outros usuários é uma boa opção. A experiência também conta, com base no portfólio de instalações. “A vida útil do sistema fotovoltaico pode chegar a 30 anos. O vínculo com o prestador de serviços tende a ser duradouro, por isso, a necessidade de optar por empresas sólidas”, aconselha Bressanin.
ALUGUEL DE PLANTA SOLAR
Há cerca de dois anos começaram a atuar no Brasil startups que oferecem a opção de aluguel dos equipamentos de geração e inversão, como opção à compra. Elas foram criadas a partir da constatação de que o mercado fotovoltaico não avança no Brasil na velocidade que poderia porque o custo do investimento inicial ainda é considerado alto, mesmo com incentivos fiscais, financiamentos e a queda gradativa do preço dos equipamentos. Porém, como o custo teria que ser bancado pela startup, o modelo de aluguel também não ganha a velocidade esperada porque essas novas empresas não estão suficientemente capitalizadas para bancar diversos projetos ao mesmo tempo.