A busca pela chancela externa pode estimular mudanças positivas na cadeia produtiva ou acabar apenas como status a ser exibido.

Conforme avança a pauta da responsabilidade socioambiental no mercado têxtil, as certificações tendem a ser mais valorizadas. Uma onda de certificados tem movimentado o mercado. A chancela externa ratifica os investimentos realizados e podem estimular mudanças positivas na cadeia produtiva e de comércio. No entanto, de pouco serve usar os certificados como sinal de status avançado. É preciso dar clareza à comunicação e mostrar a importância real da conquista a todos os grupos de interesse. Isso porque métricas e indicadores contribuem para facilitar a comparação e revelam as diferenças, derrotando o ‘greenwashing’.
Na ponta, representa entregar ao consumidor informações que ajudem a fazer escolhas conscientes. São passos importantes rumo à transparência, um dos grandes tabus no mundo dos negócios. Na guerra do ‘mais verde’ sobra, porém, desinformação. E são tantas certificações disponíveis que o GBLjeans dedicou esse novo Especial a abrir caminho e traçar um overview exclusivo que ajuda a avaliar em qual protocolo investir, por quê e quando vale a pena.
Na maioria das vezes as certificações são iniciativas voluntárias. Ou exigências entre parceiros de negócios para ter acesso a uma cadeia de fornecimento. Têm, ainda, as certificações compulsórias. Geralmente, estão associadas a produtos, como as de segurança, exigidas para reatores de lâmpada ou pneus, por exemplo, aponta Bruno Casagrande, gerente comercial de certificação da Fundação Vanzolini.
As certificações voluntárias sempre dependem de acreditadores externos para dar credibilidade. “É uma demonstração pública de compliance aos melhores padrões de mercado, de que a empresa segue regras e práticas reconhecidas internacionalmente”, ressalta Casagrande. Não tem a ver com estar simplesmente em conformidade com as exigências de leis, sejam ambientais ou trabalhistas do país. Isso é obrigação de qualquer empresa.
PROLIFERAÇÃO DE CERTIFICADOS
Na Europa, a pressão para que os fornecedores exibam certificados específicos cresceu tanto, que a lavanderia portuguesa Pizarro abriu um departamento dedicado a certificações, contou o diretor do grupo Manuel Pizarro em um webinar brasileiro de que participou para falar sobre sustentabilidade nesse segmento a convite do Fashion Innovation Bureau. Além dos certificados independentes, muitos grupos de moda adotam protocolos próprios, disse o especialista.
Especialmente no mercado têxtil, a proliferação e a onda de certificados acendeu o sinal de alerta. Especialistas identificam a instalação de um cenário de selos redundantes. Como a acreditação não costuma ser barata, o trabalho é cobrado por hora de consultoria, sem contar os custos necessários de implementações e ajustes, a decisão de investir deve ser cuidadosa.
O Guia de Certificações tem o propósito de contribuir para essa análise, abordando diferentes vertentes:
- Quais os certificados mais procurados. Saiba a finalidade de cada um e os fabricantes de denim do mundo inteiro que estão certificados em cada um deles.
- O que é algodão ABR. E como funciona a BCI.
- ZDHC aceita certificações já concedidas por terceiros para o programa Roadmap To Zero.
- Na plataforma Higg Index é possível calcular métricas.
- Conheça como funcionam as EPDs: em português, declarações ambientais de produtos.
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