Dessa vez, por conta da covid-19, com trabalhos realizados fora do centro de detenção, onde o projeto começou, e venda dos modelos.
A iniciativa Ponto Firme volta a desfilar na SPFW pela terceira vez. Liderado pelo estilista Gustavo Silvestre, o Ponto Firme é um projeto social conduzido em aulas de crochê para detentos da Penitenciária Desembargador Adriano Marrey, em Guarulhos (SP). Com o trabalho deles sendo incorporado a itens de moda. Mas com os presídios fechados por conta da pandemia de covid-19, a ação sofreu alterações.
A coleção apresentada ontem em desfile na semana de moda transmitido online foi desenvolvida por Anderson Figueiredo, Anderson Joaquim e Thiago Araújo, que estiveram entre os 120 alunos do projeto, que existe desde 2015. Assim como Gustavo Silvestre, estilista da coleção, cada um deles confeccionou as roupas em suas próprias casas.
Para a produção do crochê usaram as linhas da Círculo, parceiro antigo do projeto. E em colaboração inédita com a NK Store, a coleção recuperou resíduos têxteis e empregou peças do estoque da marca. O material combinado ao crochê ganhou diferentes composições e texturas, destacou Gustavo Silvestre, em comunicado ao mercado.
As peças serão vendidas nas lojas da Nk Store, outra novidade deste ano, comenta o estilista. As coleções passadas não podiam estar à venda “por serem desenvolvidas pelos detentos e envolverem questões burocráticas e legais – O Ponto Firme é registrado pela Administração Penitenciária como um projeto educacional”, explicou o estilista.
TRABALHO REGISTRADO EM DOCUMENTÁRIO
O Ponto Firme volta a desfilar na SPFW acompanhado de documentário lançado em pré-estreia, veiculado junto com a coleção. O vídeo acompanhou os nove meses do processo criativo da primeira coleção de roupas desfilada na SPFW, desenvolvida por 20 detentos utilizando o crochê como técnica principal. O documentário tem direção de Laura Artigas, direção de arte de Karlla Girotto e direção de fotografia de Danilo Sorrino.