Produção de máscaras anima PL do sul

Beetêxtil que foi uma das primeiras a fabricar o produto, no início da quarentena, prepara lançamento com tecido bactericida.

Oito dias depois do início da quarentena, a Beetêxtil passou a produzir máscaras de proteção com sobras de tecido da confecção. PL especializado em roupas para prática de esportes de alto desempenho, a empresa viu no produto uma alternativa para manter a cadeia ativa e manter empregos. O teste de venda de um lote para um supermercado da região mostrou que valia a pena usar a máscara como alternativa de emergência. A produção aumentou, absorveu todo o estoque e a confecção prepara um novo lote de máscaras feitas com tecido bactericida.

O lançamento está programado para esta semana, conta Jonas do Carmo, empresário que fundou a Beetêxtil em 2016. O modelo é o mesmo do que já está sendo comercializado. Tem dupla camada, sendo que o tecido com tratamento bactericida suporta até 50 lavagens domésticas, explica Carmo.

Ele conta que com o comércio fechado para deter o avanço da covid-19 e recomendação de isolamento social, a empresa teve 10% dos pedidos cancelados. “Muito preocupados com os fornecedores, nossos clientes mantiveram os pedidos”, afirma, diferentemente do que ocorreu com outras empresas. Mandou, então, as quatro costureiras da empresa trabalharem em casa a fim de atender os pedidos dos clientes.

UNIÃO ENTRE EMPRESAS

Para a produção de máscaras de tecidos, Carmo procurou confecções vizinhas que estavam com fábrica parada para fazer o trabalho. A Beetêxtil fica em Joinville, polo produtivo de Santa Catarina. Em 15 dias de quarentena, foram confeccionadas 30 mil máscaras.

Com a retomada de atividades em cidades do estado, e a recomendação de proteção facial, a demanda deu um salto. Desde meados de março, a iniciativa já envolveu a participação pontual de outras seis indústrias: Ravache Confecção, Aquamires Beach Wear, Zeni Falcão, Amora Confecções e Marlise Confecções, além da Risque e Corte, para o corte das peças.

RECURSOS PARA BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

Desde o início, a ação envolve a participação da Heroyz, marca de roupas que nasceu com o propósito de angariar recursos para bombeiros voluntários. São as 31 corporações dessa natureza atuando em Santa Catarina. As máscaras de proteção entraram para o mix de produtos da marca, fornecidas pela Beetêxtil. A Heroyz informa que 100% dos lucros de suas vendas são destinados a essas corporações. Vende o kit HeroMask, com três máscaras, por R$ 29,90.

Também juntas, Beetêxtil e Heroyz criaram um programa de geração de renda. Podem participar pessoas físicas, autônomos, MEIs e pequenos comércios, mediante cadastro pelo site HeroysdoBrasil. Segundo Carmo, esses cadastrados podem comprar as máscaras pelo preço de atacado (R$ 5 cada) e revender.

PLANOS ENVOLVEM PARA-ATLETAS

Atualmente, a Beetêxtil está dedicada a atender os pedidos gerados pelo site da Heroyz. Para a operação de atendimento ao varejo, contratou duas pessoas. A experiência está sendo muito útil para os planos da empresa, garante Carmo. O projeto é lançar uma marca própria de roupas de alto desempenho, com parte das vendas sendo reservada para um fundo de patrocínio de para-atletas.