Em acordo com centro especializado no novo material do Mackenzie, 25 empresas de diferentes áreas do setor se juntaram em torno de pesquisas de aplicação.
Derivado do carbono, como o grafite e o diamante, o grafeno é um material leve, resistente (pelo menos cem vezes mais que o aço), fino, transparente, impermeável e excelete condutor, tanto de calor quanto de eletricidade. Por suas propriedades, o campo de aplicação é vasto e os cientistas apenas abriram uma fresta da porta que leva aos avanços. O uso com materiais têxteis é apenas uma possibilidade da qual 25 empresas brasileiras decidiram participar coordenadas pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção) em acordo com o MackGraph, Centro de Pesquisa Avançadas em Grafeno da América Latina instalado no campus da Universidade Mackenzie, em Higienópolis, na capital paulista, e inaugurado há questão de dois meses.
“Tivemos uma reunião no centro da qual participaram 25 empresas brasileiras de fibras, fios, tecidos, acabamentos e roupas para a gente explorar todos os elementos em vários elos da cadeia. Não sabemos ainda – nem nós nem o Mackenzie – onde isso vai dar porque tudo é muito novo. Estamos inovando mesmo nesse tema”, afirmou Rafael Cervone, presidente da Abit, em entrevista ao portal GBLjeans, preferindo não informar quais empresas participam do projeto, apenas observando que o interesse é de aplicação na área de moda. Embora destacando que os pesquisadores ainda não sabem como o grafeno se comporta nos materiais têxteis, diz que não se trata de projeto de longo prazo, que a proposta do grupo do Mackenzie é que se desenrole em, no máximo, dois anos.
Entusiasmado com a boa aceitação do primeiro congresso internacional organizado pela Abit, nos dia 1 e2 de junho, Cervone ainda citou outros dois projetos que a entidade está encabeçando. Um deles teve o piloto iniciado em empresa de Santa Catarina para testar o modelo de manufatura 4.0. “Agora, estamos discutindo mais outros 15 pilotos no Brasil todo, justamente para testar em segmentos diferentes”, destaca ele, explicando que essa nova fase ainda está em negogiação, especialmente com o governo. Outro projeto visa incentivar a indústria brasileira do setor a abraçar modelos de pensamentos diferentes dos habituais.
MODA E COMPUTAÇÃO
Juntar moda e eletrônica é um deles e que foi tema de quatro palestras internacionais no segundo dia do evento, com José Luis Cordeiro, consultor da Singularity University, criada em 2009 pela Nasa e pelo Google e que funciona no Vale do Silício. Polêmico, o professor tratou do impacto das tecnologias sobre o futuro da humanidade, na medida em que convergem os estudos em Nano, bio info e cognos (NBIC). Afirmou que a morte será opcional em 30 anos porque as pesquisas avançam e uma delas passa pelo entendimento de como funcionam as células germinais, que nunca envelhecem, assim como as do câncer. Também disse que a vida eterna será impulsionada pelo avanços no campo digital que gradativamente transformar os humanos em espécies avançadas de robôs e que a qualidade de vida será muito melhor da que temos hoje.
Líder da pesquisa de uma das primeiras roupas inteligentes, uma camiseta produzida com tecido que combina fibras tradicionais com fibras indutivas, o professor Sundaresan Jayaraman, do Georgia Institute of Technology, anunciou que uma startup está prestes a lançar um modelo em escala comercial da camiseta inteligente, cujo protótipo desenvolveu a partir de pesquisas desde 1998 e um dos quais está exposto hoje no Smithsonian Museum, em Nova York.
Jayaraman defende que os recursos eletrônicos não podem alterar as funções naturais das roupas de oferecer conforto, proteção e moda. “Wearable devem ser multifuncionais, bonitos, não podem ser obstrutivos”, observa, afirmando que o vestuário deve ser tratado pelos pesquisadores como uma plataforma amigável.
Pela Universidade do Minho, de Portugal, falou Fernando Cunha, coordenador do projeto Fibrenamics, cujo foco é a tecnologia aplicada, tendo desenvolvido 30 cases de pesquisa e desenvolvimento, boa parte lançada como produto no mercado.
MAIS CONGRESSO EM 2017.
Sobre o Congresso Internacional Abit 2016, Cervone destacou que foi o primeiro e por ter sido “um gol de placa”, como chamou, começa preparar os próximos. Em 2017, pela primeira vez, o Brasil sediará a convenção anual da IAF (International Apparel Federation), também será realizada a segunda edição do congresso internacional.