Alta de 26% foi puxada pelo mercado livre que sofre os efeitos da crise hídrica.
A disparada dos preços de energia no Brasil provocada pela crise hídrica afetou o mercado livre que, ainda assim, sustentou parte da alta de 26% no consumo de energia na têxtil. Em dificuldade para comprar os volumes que se comprometeu, a comercializadora Argon Energia pediu recuperação judicial. O processo foi encaminhado à Justiça na semana passada.
Conforme publicações especializadas do setor, a Argon detém R$110 milhões em contratos de fornecimento de energia no mercado livre.
Como a expectativa é de o cenário de preços altos permanecer até o final do ano, o mercado teme uma onda de calotes por parte das comercializadoras.
Essas são empresas autorizadas a atuar como intermediárias, comprando dos geradores para vender a consumidores, como indústrias, shopping centers e redes de varejo.
O mercado livre cresceu nos últimos anos como alternativa das empresas para contornar os aumentos na conta de luz.
DESEMPENHO EM JULHO
Conforme a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o consumo de energia na têxtil permanece entre as maiores altas também em julho.
De modo geral, com consumo de 689,5 megawatts médios (MWm) no mês, o setor têxtil assinalou aumento de 26% na comparação com julho de 2020.
As contratações no mercado livre cresceram ainda mais, 36% no mês, respondendo pela maior parte da energia empregada pelas empresas do setor.
Mesmo a comparação com junho de 2021, quando a CCEE registrou 672,53 MWm para o consumo de energia na têxtil, mostra crescimento mensal.
A câmara credita a alta à expansão de atividade nas fábricas e no comércio do setor sobretudo à onda de frio.
COMPORTAMENTO GERAL
O consumo total do país cresceu 2% em julho sobre julho de 2020. Totalizou 60.872 MWm. Sobre junho de 2021 houve, porém, recuo. A projeção da CCEE indica consumo de 62.364 MWm em junho de 2021.