Entrando em operação, empreendimentos injetarão quase metade da capacidade de Itaipu.
Levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indica que até janeiro de 2026 o Brasil poderá contar com mais 241 grandes usinas solares e eólicas. Entrando em operação comercial, esses empreendimentos injetarão no sistema elétrico brasileiro quase metade da capacidade da usina de Itaipu. Conforme dados da entidade setorial, juntas essas novas grandes fontes geradoras de energia renovável ativariam 6 mil megawatts de potência.
A capacidade instalada de energia eólica e das fazendas solares no Brasil passaria dos atuais 27 mil para 33 mil megawatts. A estimativa é dessas 241 novas usinas solares e eólicas sustentarem 1.646 megawatts médios por ano.
O levantamento da CCEE considera os dados de projetos já contratados em leilões de energia nova, realizados pela própria entidade e pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Por essa análise, o investimento destinado à construção desses 241 empreendimentos atingiria R$34 bilhões.
“A diversificação da matriz ajuda a reduzir a nossa dependência da hidrologia e dos reservatórios de água, que ainda são os nossos principais recursos de energia, e garante um maior conforto para enfrentar impactos em tempos de mudanças climáticas”, declarou em comunicado à imprensa Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE.
De acordo com o órgão, a maior parte dos novos empreendimentos estão na região nordeste, nos estados de Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí e Paraíba. Isso porque são lugares com grande incidência solar e prevalência de bons ventos para a geração de energia.
FONTES DE ENERGIA
No Brasil, a geração eólica é considerada a terceira principal fonte de energia elétrica. São 813 usinas, que geraram em maio 8.023 megawatts, mostram os dados consolidados pela CCEE.
O mesmo levantamento indica que existem 187 grandes usinas que produzem energia a partir do sol. Em maio de 2022, o Brasil gerou 1.167 megawatts em energia solar.
As duas maiores fontes de geração de energia elétrica do país são as usinas hidrelétricas (49.669 megawatts em maio) e as térmicas (8.276 megawatts em maio).
CONSUMO EM MAIO
Dados da CCEE mostram que o consumo de energia elétrica no Brasil subiu 1,2% em maio. Segundo o Boletim InfoMercado da entidade, o Mercado Livre, que atende indústria e grandes empresas, continua apresentando as maiores altas. Já o ambiente regulado recuou pelo segundo mês consecutivo.
O volume consumido no país em maio alcançou os 63.169 megawatts médios.
A CCEE monitora o consumo de energia elétrica em 15 setores da economia que contratam seu fornecimento no ambiente livre.
Na comparação com maio de 2021, o boletim aponta que as maiores baixas foram registradas pela indústria têxtil (-1,7%), pelo comércio (-1,7%) e pela indústria química (-2,1%).
De acordo com a CCEE, a principal explicação para a redução da demanda por energia em têxtil e química “é o cenário desfavorável para importação de matéria-prima, com o dólar ainda bastante valorizado e os impactos da guerra na Rússia e na Ucrânia, o que tem freado a produção das empresas”.
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