Órgão que monitora o setor reviu projeções da safra 2015/2016, com Brasil diminuindo a produção, a despeito da alta do dólar.
Em novembro, o Icac (International Cotton Advisory Committee), órgão que monitora o mercado de algodão, reviu suas projeções em torno do consumo mundial da fibra, embora a expectativa aponte ainda para que pela primeira vez em cinco safras, o consumo vai ultrapassar a produção na temporada 2015/16. A previsão recente do órgão é de consumo de 24,37 milhões de toneladas na próxima temporada (ante 24,9 milhões de toneladas estimadas em agosto) e produção de 23,1 milhões de toneladas (anteriormente, 23,8 milhões de toneladas)
A projeção de produção menor é influenciada pelo que os especialistas avaliam como baixos preços negociados para o algodão e o estoque mundial considerado ainda elevado. O aumento do consumo seria estimulado pela redução entre os preços do algodão e das fibras de poliéster e queda dos preços domésticos do algodão na China. Porém, caiu o uso têxtil no mercado chinês, a principal aplicação do algodão no mundo, com declínio na produção.
No Brasil, a situação poderia tender à estabilidade entre a atual safra e a próxima, em termos de área plantada, porque os produtores estariam se beneficiando com a valorização do dólar em relação ao real. Porém, a estimativa de produção brasileira está sendo reduzida em 4,9%, informa o levantamento divulgado na sexta-feira, 11 de dezembro, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Isso porque os dois maiores estados produtores, Mato Grosso e Bahia, adiaram o plantio diante da seca enfrentada nessas regiões, destaca o relatório. A estimativa é que a safra do primeiro ficará 2,3% menor e a baiana 8,9%.