Pesquisa da Fecomercio aponta recuo de 2,5% no faturamento de vestuário, tecidos e calçados, em março, com receita das lojas de departamentos caindo 29,7%.
O comércio do estado de São Paulo faturou em março R$ 39,430 bilhões, recuando 3,9% em relação a igual mês de 2013 – descontada a inflação do período. O resultado, no entanto, foi melhor que o de fevereiro, com crescimento de 3,2%. Os números são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), realizada mensalmente pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) e pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz).
Seis dos dez segmentos pesquisados tiveram baixas de vendas no comparativo anual – março de 2014 comparado a março de 2013. Em São Paulo, o setor de vestuário, tecidos e calçados foi um dos que contribuiu para o resultado negativo com queda de 2,5%, faturando R$ 3,335 bilhões. O faturamento das lojas de departamentos foi o que proporcionalmente mais caiu no período, com recuo de 29,7% sobre março de 2013, para R$ 1,612 bilhão. Outras áreas que reduziram vendas foram móveis e decoração (-1,2%), eletrodomésticos e eletrônicos (-7,2%), e supermercados (-2,8%), destaca a pesquisa.
Os únicos segmentos que aumentaram vendas no período foram as lojas de materiais de construção (1,5%), autopeças e acessórios (2,4%), farmácias e perfumarias (3,6%) e outras atividades, incluindo postos de combustíveis, cresceram 5,8%.
Entre as 16 regiões analisadas, Sorocaba e cidades vizinhas foram destaque, com crescimento de 4,8% entre março de 2013 e março de 2014, apontando R$ 2,023 bilhões. O comércio do ABCD foi o que mais sofreu queda, ao registrar R$ 2,291 bilhões (-8,2%). Na capital paulista, o desempenho do varejo também foi ruim, baixando 5,9% aos R$ 12,108 bilhões. Além dessas duas áreas no estado, nove reduziram o faturamento. De acordo com a assessoria econômica da Fecomercio-SP, esse comportamento sinaliza perspectivas menos promissoras para o varejo em 2014, já manifestadas com a queda na confiança e na intenção de consumo das famílias devido à conjuntura econômica considerada nebulosa.
Metodologia
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo utiliza dados da receita mensal informada pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Sefaz e a Fecomercio-SP). Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o estado.
Por isso, há diferença entre os resultados da Fecomercio e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para São Paulo. Enquanto a primeira trata de valor real das vendas em cada atividade, o IBGE apura a receita nominal bruta de cada grupo de produtos monitorado e, por isso, o instituto aponta aumento de 6,2% na receita do varejo de vestuário, tecidos e calçados no estado, em março.