Pesquisa da confederação do comércio revela que caiu, em abril, o número de famílias com segurança para voltar a gastar mais.
Depois de janeiro e fevereiro, meses nos quais os consumidores se mostraram mais confiantes para gastar, março registrou queda, seguida de uma piora nos indicadores de abril. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 5,5% na comparação com março de 2016 e recuou 28,8% em relação a abril de 2015, revelam os dados divulgados na pesquisa mensal realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Segundo a entidade, trata-se da maior queda registrada desde que o levantamento começou a ser feito em janeiro de 2010.
Mas, o índice começou a cair abaixo de cem pontos a partir de abril do ano passado, quando saiu de 102,9 pontos, em março, para 96,4 pontos no mês seguinte. Em abril de 2016, a pontuação foi de 73,2. O índice abaixo de cem pontos indica uma percepção de insatisfação, enquanto o acima de cem (com limite de 200 pontos) indica o grau de satisfação com a situação atual e futura. Para formação do ICF, a pesquisa considera sete indicadores, com o objetivo de antecipar o potencial de vendas para o comércio. Tratam de aspectos para que a família avalie a capacidade de consumo atual e de curto prazo (entre três e seis meses); nível de renda; condições de crédito para compra a prazo; segurança no emprego e perspectiva profissional. Segundo a CNC, são analisados 18 mil questionários mensalmente.
O componente Nível de Consumo Atual foi o que mais retrocedeu, com redução de 8%, passando para 49 pontos. Segundo o relatório da pesquisa, a maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor que o do ano passado (62,6%, ante 59,2% em março de 2016). O consumidor mostra-se ainda mais arredio para compras de bens duráveis.