Estudo da FGV-RJ mostra que a classe C aumentou e, hoje, representa quase metade da população brasileira
O Brasil vive hoje uma fase de redução do número de pobres no país com o correspondente aumento da classe C, considerada classe média com renda domiciliar mensal entre R$ 1.064,00 e R$ 4.591,00. “E o aspecto simbólico dessa ascenção é a volta da carteira de trabalho que, nós, pesquisadores considerávamos em processo de extinção”, disse, ontem, 5, o economista Marcelo Neri, que coordenou a pesquisa realizada pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro.
De acordo com a pesquisa, em abril de 2008, a classe média representava 51,89% da população brasileira, respaldada por um ciclo de crescimento contínuo nos últimos sete anos. Em abril de 2002, representava 44,19%, destaca o estudo. Os pesquisadores observam, ainda, que a expansão foi sustentada pelo aumento da oferta de emprego com carteira assinada.
Isso significa que a melhora de vida se deu por geração de renda, e não por transferência de recursos a partir de programas sociais, como o Bolsa-Família, concluem os pesquisadores. “O ponto fraco nesse processo é a educação. Saímos de uma situação de desemprego para o apagão de mão-de-obra, no qual o empresariado demanda mão-de-obra qualificada e não encontra”, avalia Neri.
O estudo da FGV analisou o movimento social em seis regiões metropolitanas: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Classe Média por Região |
% |
Recife |
36,67% |
Salvador |
41,28% |
Belo Horizonte |
53,90% |
Rio de Janeiro |
52,42% |
São Paulo |
54,68% |
Porto Alegre |
53,67% |