Pela primeira vez em quase um ano, o setor exportou mais do que importou, ficando com superávit de US$ 17 milhões em outubro.
Tradicionalmente operando com déficit, o setor têxtil brasileiro viu as contas se inverterem em outubro. E pela primeira vez em quase um ano, a atividade exportou mais do que importou, ficando com superávit de US$ 17 milhões em outubro. Dezembro de 2018 foi o mês mais recente a deixar a balança comercial superavitária. A exportação têxtil brasileira somou US$ 516,3 milhões em outubro, contra US$ 499,1 milhões em importação.
Mantendo o forte crescimento observado em setembro, o volume exportado em outubro aumentou 76% em relação ao mês anterior. Sobre outubro de 2018 a expansão foi de 41%, conforme os dados levantados pelo GBLjeans a partir do sistema de controle do comércio exterior do governo federal. O avanço tem sido puxado pela venda de algodão a países asiáticos. A China acelerou as compras, bancando US$ 177 milhões, ante US$ 91 milhões negociados em igual mês do ano passado.
Vietnã e Bangladesh foram os outros dois destinos do algodão brasileiro na maior parte das compras. O primeiro absorveu US$ 68,3 milhões e o segundo com US$ 49,6 milhões.
O acumulado de janeiro a outubro reflete esse cenário de exportação têxtil em alta. Os embarques nos primeiros dez meses do ano alcançaram US$ 2,4 bilhões. Foi bem superior ao US$ 1,7 bilhão registrado no mesmo período do ano passado. Nesse confronto, os países compradores de algodão lideram o percurso das vendas. Com China permanecendo na frente ao comprar US$ 520,2 milhões. A Indonésia vem bem atrás com US$ 262,7 milhões. O Vietnã fecha os três maiores, registrando compra de US$ 247,1 milhões de janeiro a outubro.
IMPORTAÇÃO TÊXTIL CRESCE POUCO
Mesmo com o dólar negociado em patamar acima dos R$ 4 ao longo de todo o mês de outubro, a importação têxtil brasileira avançou 9,5% sobre setembro. Subiu para US$ 499,1 milhões. Mais da metade deles fornecidos pela China, responsável por vender ao Brasil US$ 281,6 milhões. A comparação com outubro de 2018 em geral continua a mostrar, porém, queda. Recuou 5,72%.
O acumulado de janeiro a outubro mostra que o Brasil importou menos que em igual período de 2018, apesar de configurar uma queda pequena (-0,10%). As importações têxteis apuraram US$ 4,6 bilhões até outubro. A China forneceu US$ 2,5 bilhões. A Índia vem em seguida com US$ 317,9 milhões e a Indonésia com US$ 196,4 milhões.
DESEMPENHO EM ROUPAS
O Brasil manteve o ritmo na importação e exportação de roupas em outubro. O país registrou US$ 145,9 milhões em compra de vestuário. O volume corresponde a aumento de 13,2% na comparação com setembro. Da China vieram US$ 77,8 milhões. Bem atrás, aparece Bangladesh como segundo maior fornecedor, com US$ 13,5 milhões negociados.
Sobre outubro de 2018, entretanto, a importação brasileira de roupas caiu próximo a 10%. O acumulado de janeiro a outubro que soma US$ 1,4 bilhão também representa recuo no confronto com os dez meses iniciais de 2018, quando o país comprou US$ 1,56 bilhão.
Já a exportação das roupas brasileiras subiu um pouco. Com alta de 12% em relação a setembro, alcançou US$ 12,3 milhões, em função sobretudo do aumento das encomendas dos três maiores parceiros comerciais nesse segmento. Sobre outubro de 2018 cresceu 1,64%. O Paraguai que é o maior comprador das roupas nacionais respondeu em outubro por US$ 3 milhões. O Uruguai continua em segundo lugar com compras de US$ 2,5 milhões. E os Estados Unidos ficaram em terceiro lugar com US$ 1,8 milhão.
No acumulado de janeiro a outubro, o balanço segue positivo em 2019. Somou US$ 116,7 milhões, alta de 6% sobre igual período do ano passado. O Paraguai absorveu U$ 29,3 milhões; o Uruguai outros U$ 23 milhões; e os Estados Unidos, US$ 15,7 milhões.