Dezembro mantém reação, mas a balança comercial do setor ao longo da década mostra queda substancial dos negócios.
O comércio exterior de denim voltou a oscilar em dezembro. A importação permaneceu em alta, crescendo 54,83% sobre novembro. Alcançou assim US$ 945 mil no mês. Já a exportação de denim voltou a cair depois do avanço observado em novembro. Recuou 18% para US$3,18 milhões. Com esses resultados, o acumulado do ano ficou menor que em 2018, sendo um dos piores resultados da década (veja o gráfico). A importação de denim encolheu 58%, somando US$ 10,10 milhões em 2019. A queda na exportação foi bem mais contida. Recuou 6,39% para descer a US$ 38,29 milhões no ano.
Os dados constam do sistema de controle do comércio exterior do governo federal, a partir do qual o GBLjeans faz o levantamento mensal.
O denim que entra no Brasil foi quase todo fornecido pela China. Mas, com o dólar nas alturas, o mercado continuou a concentrar as compras em fornecedores locais. Do
total internado em 2019, a China vendeu US$ 6,93 milhões. Outros US$ 1,3 milhão vieram do Equador e US$ 622,7 mil foram fornecidos pela Índia. O restante está pulverizado em compras em outros sete países.
A Argentina permanece como o principal parceiro comercial do Brasil no denim. Da exportação total, US$ 13,68 milhões foram embarcados para o país vizinho. A Colômbia recebeu US$ 6,05 milhões e o Paraguai US$ 3,16 milhões. Os restantes US$ 15,4 milhões envolvem negócios com 23 países.
DESEMPENHO DO COMÉRCIO EXTERIOR DE DENIM NA DÉCADA
Os percalços da economia, os embaraços políticos e a escalada do dólar afetaram o comércio exterior brasileiro na última década. Atingiram em cheio a importação de denim, que caiu 78,33% na comparação com 2010, quando o Brasil importou US$ 46,63 milhões.
Os valores internados em 2019 só foram menores que em 2016, quando o país comprou US$ 5,66 milhões em denim.
Na década, o perfil de abastecimento não mudou. A China continuou a ser o maior fornecedor do denim importado pelo Brasil. Em segundo lugar, mas, bem distante, despontou o Equador em volume de compras ao longo de toda a década. O Paquistão conquistou o terceiro lugar.
A exportação de denim também foi comprimida na última década. Na comparação entre 2019 e 2010, a queda foi de 43,91% em relação aos US$ 68,26 milhões negociados então. Os US$ 38,29 milhões exportados em 2019 só foram menores que os US$ 37,93 milhões de 2014.