A exportação têxtil também caiu no mês, com a balança comercial refletindo os efeitos da covid-19 sobre o comércio mundial.
A balança comercial brasileira para o setor têxtil e de vestuário começou a enfraquecer em fevereiro. A desaceleração provocada pela covid-19 foi ainda mais intensa em abril, tanto em importação quanto exportação. Sinal da economia em quarentena, a importação têxtil diminuiu 30,60% em relação a março. Sobre abril do ano passado, o recuo foi de 28,73%, mostram os dados levantados pelo GBLjeans a partir do sistema de controle de comércio exterior do governo federal. O Brasil completa, assim, um semestre inteiro de recuo das compras externas no setor.
Em abril, o país importou US$ 306,35 milhões, dos quais US$ 177,76 milhões fornecidos pela China. De janeiro a abril, as compras externas do setor somaram US$ 1,67 bilhão, queda de 13,44% sobre os quatro primeiros meses de 2019. Da China vieram US$ 984 milhões.
Para a indústria nacional seria uma boa notícia não fosse o fato de que também a exportação continua a regredir, apesar da escalada do dólar.
EXPORTAÇÃO TÊXTIL DIMINUIU QUASE 40 %
Desde fevereiro, a exportação têxtil tem diminuído, com recuo de 37,19% em abril sobre o mês anterior. Caiu para US$ 196,21 milhões, permanecendo sustentada pelas vendas de algodão a países asiáticos, liderados pelo Vietnã.
Da mesma forma, a comparação com abril de 2019 mostra declínio dos negócios com outros países de 5,46%.
Já o acumulado do primeiro trimestre assinala aumento de cerca de 50%, muito em função do desempenho de janeiro. A exportação têxtil acumula no ano US$ 1,41 bilhão, beneficiada pelas vendas de algodão a países asiáticos. De janeiro a abril, a China comprou US$ 330,62 milhões.
O DESEMPENHO DE ROUPAS
Depois da pequena alta de março, a importação de roupas voltou a cair. Em abril, as encomendas encolheram 55,35%, alcançando US$ 72,26 milhões. Parte desse declínio pode ser atribuído à quarentena que afetou a produção industrial da China. De lá vieram US$ 40,15 milhões. O confronto com abril de 2019 mostra, da mesma forma, redução de 46% na importação de roupas.
Também o acumulado dos quatro primeiros meses de 2020 anota queda de 19%, sobre igual período do ano passado. Neste ano, a importação de roupas somou compras de US$ 538,47 milhões.
A exportação de roupas sentiu fortemente a desaceleração comercial, especialmente entre os países sul-americanos, o principal destino do vestuário brasileiro. Foram embarcados em abril US$ 3,5 milhões, queda de 70% sobre março.
O Uruguai foi o principal comprador, com aquisição de US$ 713,21 mil. Em seguida, aparecem os Estados Unidos com US$ 680,69 mil. Na lista dos três principais parceiros comerciais no mês, a surpresa ocorre com os Emirados Árabes Unidos que compraram US$ 465,06 mil em abril, contra apenas US$ 19 mil em abril de 2019.
Mas, o confronto com abril de 2019 mostra redução de 75% nas exportações de roupas. Dessa forma, o acumulado de janeiro a abril registra queda de 15% em relação a igual período do ano passado. Nos primeiros quatro meses de 2020, o Brasil exportou US$ 37,39 milhões em roupas. Nesse período, o Paraguai continua como principal parceiro comercial, tendo comprado US$ 6,72 milhões. Depois, é o Uruguai, com US$ 5,98 milhões. Em seguida, aparecem os Estados Unidos, com US$ 5,96 milhões em compras de roupas brasileiras janeiro a abril.