Dados do Caged registram mais vagas abertas também no comércio atacadista, enquanto o varejo demite, continuando o ajuste de final de ano
Embora o índice de confiança da indústria têxtil e de confecção de roupas com o novo governo tenha arrefecido, as empresas do setor contrataram mais gente com carteira assinada em fevereiro, como já tinha acontecido em janeiro. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em fevereiro, a área contratou mais do que demitiu, deixando como saldo 5.965 vagas formais a mais do que tinha em janeiro. Em 2018, o primeiro trimestre foi positivo, mas nos nove meses seguintes a indústria só enxugou o quadro.
O desempenho entre os estados não foi uniforme, porque em 12 mercados as demissões aumentaram ainda que com menos força. A indústria do Rio de Janeiro foi a que mais enxugou quadros, fechando 186 postos de trabalho. Mas, no mês, prevaleceram as contratações. A indústria de Santa Catarina lidera a oferta de novos empregos, mediante a abertura de 2.832 vagas com carteira assinada.
São Paulo aparece em segundo lugar com a oferta de 1.259 novos empregos. E o Paraná surge como terceiro estado a criar vagas, com 860 registros a mais que em janeiro.
DESEMPENHO NO COMÉRCIO
Com a roda girando na indústria, houve reflexo positivo no comércio atacadista de roupas e tecidos que, da mesma forma, mais contratou que demitiu em fevereiro. Encerrou o mês com saldo de 119 adicionais. De acordo com o Caged, São Paulo aumentou o número de contratados, ao criar 101 vagas fevereiro. Foi o estado que mais abriu postos. Também como na indústria, o desempenho entre os atacadistas variou.
No Rio de Janeiro, o atacado cortou 186 postos e foi a praça que mais reduziu o quadro de pessoal. O segundo estado a ter saldo negativo foi Pernambucano, com corte de 25 empregos.
Como habitual nessa época do ano, por conta do reforço de final de ano com temporários que exige ajuste, o varejo eliminou 8.199 postos de trabalho, em saldo muito semelhante ao encontrado em fevereiro de 2018. Ainda assim, o comércio varejista de dois estados criaram algumas poucas vagas – Pará (8) e Paraná (7) – que não influenciaram o desempenho.
São Paulo cortou 2.178 vagas no varejo, o Rio de Janeiro outras 1.291 e Minas Gerais fechou 687 postos.
NÍVEL DO EMPREGO NO BRASIL
Conforme o Caged, o Brasil de modo geral registrou a abertura de 173.139 vagas de emprego com carteira assinada em fevereiro. O aumento foi puxado mais uma vez pelo setor de serviços, responsável por 112.412 novos postos de trabalho. A indústria de transformação também foi destaque, ao contabilizar no mês 33.472 novas vagas formais.