Segundo pesquisa da FGV, o setor têxtil é o mais estocado entre os oitos segmentos que conseguiram baixar o nível de mercadorias
No terceiro trimestre do ano, a indústria brasileira encontrava-se super estocada. Mas, segundo pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas, o nível de estoques indesejados da indústria de transformação caiu em outubro. De acordo com Aloisio Campelo, coordenador de sondagens conjunturais da FGV, em entrevista exclusiva ao portal GBLjeans, esses dados não significam uma melhora da indústria de transformação. Na avaliação dele, reflete apenas o período de ajuste pelo qual está passando indústria brasileira.
Dos 14 segmentos pesquisados, oito conseguiram diminuir os níveis de estoques: material de transporte; material elétrico e de comunicação; mecânico; metalúrgico; alimentos; plástico; têxtil; vestuário e calçados. Mesmo com essa redução, os setores têxtil e de vestuário e calçados ainda mantêm níveis considerados elevados.
O setor têxtil reduziu seus estoques em 9,8 pontos, passando em outubro para 115, ainda acima da sua média histórica de 113,7 pontos. Já o segmento de vestuário e calçados terminou outubro com 114,3 pontos, 3,5 pontos acima da média de 110,8 pontos.
O acúmulo de estoques foi gerado por uma expectativa de venda maior do que a demanda efetiva apresentada pelo mercado. Por conta dessa defasagem, o ritmo da produção industrial foi desacelerado nos últimos meses. Em setembro, segundo dados do IBGE, houve queda de 2% na produção em relação a agosto. Para o mês de outubro, com a diminuição dos estoques, a expectativa é de pequena melhora nesses indicadores, avalia Campelo.