A entidade que reviu as projeções iniciais de crescimento ao longo do ano tem, agora, expectativa de retomada a partir de 2019
Mesmo diante do resultado negativo com que encerra 2018, a indústria têxtil e de confecção de roupas dirige olhar otimista para 2019. A expectativa é a produção nacional crescer 3% no ano que vem, conforme informou Fernando Pimentel, presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. Ele estima que o varejo de vestuário deverá expandir em torno de 3,5% o volume de peças movimentadas.
Em termos de faturamento da indústria, a previsão é aumentar 7% sobre 2018, impulsionado pela produção física maior e por reajuste de preços cujo repasse do aumento de custos industriais ficou represado em função do menor nível de consumo. Para o varejo é esperado faturamento ligeiramente superior, com incremento de 7,5% no próximo ano. Para Pimentel, a perspectiva mais favorável não está associada ao novo governo, embora pesquisa com associados demonstre que a maioria dos empresários guarda expectativa otimista em relação ao presidente eleito Jair Bolsonaro.
Ele explica que o cenário atual dá sinais de melhora, com taxa de juros e inflação sob controle, oferta de crédito voltando, economia crescendo ainda que lentamente e oportunidade de retomada pela ocupação da ociosidade. Também prevê expansão do PIB em 2,53% e dólar cotado na casa de R$ 3,80 em 2019. “Estamos largando para 2019 com otimismo responsável”, diz.
REVERSÃO DE PROJEÇÕES
As projeções que começaram otimistas em relação a 2018 foram desidratando a partir de abril. Como já se previa na revisão de setembro, o ano deve terminar com queda de produção de 2% sobre 2017, levando o volume de roupas produzidas para 5,7 bilhões de peças, o mesmo patamar encontrado há dois anos, e o de produção têxtil para 1,72 milhão de toneladas. Em volume, a expansão do varejo não deverá ultrapassar 0,8%, estima Pimentel. Pelos cálculos da Abit, a indústria terminará 2018 com 27 mil empregos a menos do que tinha no ano anterior.
Para o presidente da Abit, apesar de ser um dos setores mais fortes da indústria nacional, o segmento do jeans sofreu com o aumento dos custos industriais, o que prejudicou a margem das empresas. “O brim foi até melhor que o denim em 2018. Esperamos que 2019 seja um ano melhor para o segmento”, disse.