Janeiro registrou o maior aumento do setor desde março de 2019, de acordo com a pesquisa do IBGE que mede o IPP mensal.
Os preços de fábrica de roupas e artigos têxteis deram um salto em janeiro. O maior desde março de 2019, quando a indústria fez um amplo reajuste na troca de coleção para o inverno. A falta de frio e o desânimo na economia seguraram, porém, os repasses nos meses seguintes. Aparentemente, as fábricas querem repor custos. O IPP (Índice de Preços ao Produtor) de roupas foi o que mais subiu. Aumento de1,65%. É o terceiro maior no setor industrial. Atrás de metalurgia (3,11%) e extrativista (5,52%), mostra a pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os resultados foram divulgados na manhã desta quinta-feira, 5 de março.
O levantamento indica que em janeiro os maiores aumentos foram aplicados nas roupas femininas. Isso indica que, provavelmente, a inflação de vestuário feminino será alta em fevereiro. Muito embora a alta de 1,65% em roupas não tenha anulado a queda de 1,77% verificada em dezembro pelo segmento.
A indústria de artigos têxteis manteve em janeiro o ritmo positivo que registrou a partir de agosto. O IPP da categoria teve aumento de 0,39%, bem acima do 0,07% anotado em dezembro. O reajuste foi puxado para cima por fitas elásticas e fios de algodão que ficaram mais caros no mês, informa a pesquisa do IBGE.
AUMENTO DO IPP GERAL
A inflação geral da indústria também subiu pelo sexto mês consecutivo. A alta de 0,32% mostra, contudo, que perdeu a força diante de 0,65%, em dezembro, e 0,88%, em novembro. “O resultado de janeiro é o menor dos últimos seis meses. O motivo foi a redução nos preços da indústria de alimentos (-2,01%), principalmente nos produtos derivados das carnes bovinas, suínas e aves, que nos meses anteriores pressionaram a inflação da indústria, por conta da crescente demanda da China. Essa demanda arrefeceu”, declarou o gerente do IPP, Manuel Campos Souza Neto, no comunicado do IBGE que acompanha os resultados.