Como em agosto, roupas e calçados são os itens que mais encareceram no mês, mostra IBGE.

Pelo segundo mês seguido, a inflação de moda pressiona, sendo a mais alta entre todos os itens e serviços cujos preços ao consumidor o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) monitora. Avançou
1,77% em setembro sobre agosto. No mês, a inflação de vestuário foi ainda maior. Atingiu 1,93%, mostra a pesquisa para calcular o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país.O aumento dos preços das roupas de adultos é o que mais pressiona a inflação de moda. As roupas masculinas subiram 1,82%, enquanto as roupas femininas encareceram ainda mais, ficando 2,03% mais caras quando comparadas a agosto.
Mesmo que ainda menor, os preços das roupas infantis aumentaram 1,92%, o segundo maior aumento do ano do segmento.
A inflação de moda piora em setembro também pela influência dos calçados e acessórios, com alta de 1,70%.
Por sua vez, joias e bijuterias ficaram 0,18% mais caras que em agosto. Tecidos e armarinhos variaram 0,44% em setembro.
A inflação oficial brasileira fecha setembro em baixa de 0,29%. É a terceira queda consecutiva no ano. Conforme o IBGE, novamente o grupo de transportes teve o maior impacto sobre o resultado, influenciado pela queda nos preços de combustíveis.
INFLAÇÃO DO ANO
Apesar de três meses em queda, a inflação oficial brasileira no acumulado do ano continua acima da meta estabelecida pelo Banco Central para 2022 (3,5%), mas dentro do intervalo de tolerância. Até setembro, o país registra inflação de 4,09%.
No mesmo período de janeiro a setembro, a inflação acumulada de moda deu um salto. Subiu para 13,60% e a de vestuário para 14,67%. O segmento de roupas de adultos pressiona a inflação de moda.
Em nove meses, as roupas masculinas encareceram 15,94%, quando comparadas a igual período de 2021.
No mesmo intervalo, as roupas femininas acumulam inflação semelhante, de 15,77%.
Roupas infantis apresentam alta acumulada que ultrapassa os 10% (10,02% até setembro).
Todos os itens que formam a cesta que o IBGE chama de Vestuário acumulam alta de janeiro a setembro.
Calçados e acessórios ficaram bem acima da inflação oficial, acumulando alta de 13,27% em nove meses.
A categoria de tecidos e armarinhos subiu 7,30% no ano, enquanto joias e bijuterias acumulam reajuste de 2,85% no período.
INFLAÇÃO EM 12 MESES
O IPCA geral dos últimos 12 meses até setembro concentra alta de 7,17%. Do grupo Vestuário, apenas os preços de joias e bijuterias continuam abaixo desse patamar. Acumulam alta de 4,98% em 12 meses.
Os demais produtos do grupo ultrapassaram a inflação de 12 meses: tecidos e armarinhos, com 10,46%; calçados e acessórios, com alta de 18,46%.
Nos últimos 12 meses até setembro, a inflação de vestuário supera os 20%, com aumento acumulado em 12 meses de 20,72%.
Roupas masculinas pressionam o indicador ao acumular 22,28% de inflação em 12 meses até setembro.
As roupas femininas registram inflação no mesmo período de 21,76%, e as roupas infantis, de 15,63%.
Assim, o grupo de moda manteve o comportamento dos preços bem acima do patamar da inflação oficial. Aproxima-se de 20%, com alta acumulada em 12 meses de 19,16%.
INFLAÇÃO ACUMULADA NAS CAPITAIS
Até setembro, a inflação acumulada de moda e de roupas avança nas 16 capitais que são destaque da pesquisa do IBGE. Apenas duas cidades (Curitiba e Rio Branco) permanecem abaixo dos 10% de inflação acumulada no ano.
Salvador e Aracaju continuam como as capitais mais caras para comprar roupas e outros artigos de moda em 2022.
Já a análise dos últimos 12 meses até setembro mostra que a escalada inflacionária de moda e de roupas continua a perder velocidade. Salvador por exemplo segue com a maior alta nos preços de roupas, mas o acumulado recuou de 32,46% para 30,44% em 12 meses até setembro.
NAVEGUE PELOS GRÁFICOS
Produzidos pelo GBLjeans, os gráficos interativos mostram a inflação mensal em 2022 em moda, que o IBGE chama de grupo Vestuário, comparada à inflação oficial brasileira.
Em levantamento especial, o GBLjeans acompanha o IPCA de roupas, dividido em masculinas, femininas e infantis. Registra ainda a variação de calçados e acessórios, tecidos vendidos no varejo, joias e bijuterias.
A sequência de gráficos inclui a variação acumulada de moda e roupas em relação à inflação oficial no ano e nos últimos 12 meses.
Dois outros gráficos informam a variação acumulada de moda e roupas em 16 capitais para o ano e nos últimos 12 meses.