Foi puxada em agosto pelos aumentos das roupas masculinas e de crianças, enquanto a alta do IPCA geral perdeu força.
Os preços dos artigos de moda voltaram a aumentar em agosto. A alta de 0,23% no mês, nem de longe anulou a forte queda observada em julho, porém, ficou acima da inflação geral. O aumento de moda poderia ser maior não fosse a deflação das roupas femininas (-0,16%) que segurou o repasse. Já o vestuário infantil depois de dois meses em queda subiu 0,81%, o maior da cesta de moda. A inflação brasileira desacelerou a alta em agosto. Avançou 0,11% sobre o índice de julho.
Os dados constam da pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta sexta-feira, 6 de setembro. O levantamento mensal calcula o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que mede a inflação oficial do país. A alta geral foi puxada por gastos na Habitação, com aumento de 1,19%. Compensou assim os fortes recuos assinalados em agosto por Alimentos e Bebidas (-0,35%), Transportes (-0,39%) e Saúde e Cuidados Pessoais (-0,03%). Foram os únicos três setores a registrar variação negativa no mês.
No caso de Moda, além das roupas femininas, também calçados e acessórios tiveram queda dos preços em relação a julho, de menos 0,09%. Os demais ficaram mais caros. Assim como o vestuário infantil, as roupas masculinas encareceram, com aumento no varejo de 0,71%. Joias e bijuterias ficaram 0,55% mais caras em agosto, enquanto tecidos e artigos de armarinho subiram 0,11%.
Das 16 capitais que formam o grupo de destaque da pesquisa para formação do IPCA, apenas em cinco os preços de Moda caíram em agosto em relação a julho. Os preços diminuíram em Curitiba (-1,19%), Belém (-0,86%), Campo Grande (-0,56%), Belo Horizonte (-0,34%) e Porto Alegre (-0,22%).
As outras 11 cidades do grupo aumentaram os preços dos produtos de Moda. O destaque foi o avanço em São Paulo, com alta de 0,96%, o maior do país nessa categoria, puxado por roupas e calçados.
ACUMULADO DE JANEIRO A AGOSTO
A inflação brasileira continuou a acumular alta em relação a 2018. Até agosto alcançou 2,54% e segue abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central para 2019 (4,25%).
Moda permanece a única categoria da pesquisa a registrar deflação no acumulado do ano. De janeiro a agosto, os preços caíram 0,51% na comparação com os primeiros oito meses de 2018.
Responsável pelo maior impacto no segmento, as roupas femininas explicam grande parte desse recuo. Desde janeiro, os preços só têm caído, acumulando deflação de 1,98%.
Calçados e acessórios ficaram 0,58% mais baratos que em igual período do ano passado. Já os demais produtos encareceram, acumulando alta: roupas infantis (+0,93); roupas masculinas (+0,31%); joias e bijuterias (+0,43%); tecidos e armarinhos (+1,42%).