Escalada de preços teve a maior variação entre os segmentos pesquisados pelo IBGE.

Enquanto a inflação oficial brasileira desacelerou em maio, a inflação de moda dispara no mês. Com a escalada de preços, o segmento apresentou a maior variação entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a abril, os preços de moda ficaram
2,11% mais caros, diante da inflação mensal calculada em 0,47%, conforme a pesquisa que apura o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).Todos os itens que formam a cesta Vestuário subiram acima de 2% em maio. A exceção no grupo foram as joias e bijuterias, cujos preços recuaram 0,34%, destaca o IBGE.
De forma geral, as roupas pressionaram a inflação de maio do segmento, com aumento de 2,34%.
As roupas masculinas encareceram 2,65% na passagem de um mês para o outro.
Para as roupas femininas, o aumento foi de 2,18%.
Nas lojas de varejo, as roupas infantis tiveram reajuste médio de 2,14%.
Calçados e acessórios subiram 2,06%, enquanto tecidos variaram 0,65% sobre abril.
A troca de coleções nas vitrines para o inverno, com peças tradicionalmente mais caras que as de verão; dias de frio intensos; e vendas do Dia das Mães aceleraram o repasse de preços ao consumidor.
ACUMULADO DO ANO
A inflação de moda que dispara em maio teve reflexos no acumulado dos cinco primeiros meses de 2022.
Se a inflação geral acumula alta de 4,78%, a inflação de moda vai a 7,34%.
A inflação de roupas dispara para 8,02%. Foi impulsionada pelas peças para adultos: roupas masculinas (8,70%) e roupas femininas (8,69%). Roupas infantis acumulam inflação de 5,32%.
Os demais itens da cesta monitorada pelo IBGE incluem calçados e acessórios que acompanham os reajustes, acumulando alta de 7% entre janeiro e maio.
Tecidos sobem 4,13% em cinco meses. Já joias e bijuterias têm reajuste de 1,04% no período.
ACUMULADO DE 12 MESES
Até maio, o acumulado de 12 meses da inflação brasileira também deu sinais de desaceleração. Apesar do patamar alto de 11,73%, o índice é menor do que o de abril (12,13%).
Moda manteve o comportamento dos preços acima desse patamar com inflação acumulada em 12 meses de 16,08%.
A inflação de roupas levou o acumulado de 12 meses até maio para 17,35%.
Roupas masculinas continuam a pressionar e ultrapassam a barreira de 20%. O item registra alta acumulada de 20,02%, mostra a pesquisa do IBGE.
As roupas femininas registram inflação em 12 meses de 17,03%, e as roupas infantis, de 13,37%.
No período, o comportamento dos demais itens de moda também permanece inflacionado no acumulado: calçados e acessórios (15,43%); joias e bijuterias (4,83%); tecidos e armarinhos (10,35%).
INFLAÇÃO ACUMULADA NAS CAPITAIS
No acumulado do ano, Aracaju permanece como a capital mais cara para moda (11,43%). Também é a mais cara para roupas, com alta acumulada de 13,52%.
Porém, já não é mais a única cidade das 16 que são destaque da pesquisa do IBGE a cruzar a barreira dos 10% no segmento.
Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Goiânia também viram a inflação de moda e roupas no ano disparar com o resultado de maio.
A análise dos últimos 12 meses até maio mostra a escalada inflacionária de moda, e roupas, em particular, percorrendo todas as 16 capitais. Salvador cruzou a marca de 30% para inflação de roupas em 12 meses.
NAVEGUE PELOS GRÁFICOS
Produzidos pelo GBLjeans, os gráficos interativos mostram a inflação mensal em 2022 em moda, que o IBGE chama de Grupo Vestuário, comparada à inflação oficial brasileira.
Em levantamento especial, o GBLjeans acompanha o IPCA de roupas, dividido em masculinas, femininas e infantis. Mostra ainda a variação de calçados e acessórios, tecidos vendidos no varejo, joias e bijuterias.
A sequência de gráficos inclui a variação acumulada de moda e roupas em relação à inflação oficial no ano e nos últimos 12 meses.
Outro gráfico informa a variação acumulada de moda e roupas no ano em 16 capitais. Também indica a inflação acumulada de moda e roupas nessas cidades em 12 meses.
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